— Senhor Jung, por favor, ligue para os meus pais e para a Haneul — entreguei o meu celular após sentar-me na cadeira de rodas. — Ela é a número três da lista de emergência.
— Está bem, senhorita — o mais velho falou baixo, tão nervoso quanto eu. — Precisa de mais alguma coisa?
— Não, não preciso de nada — falei enquanto tentava segurar o choro. Eu estava com medo de passar por aquilo e lembrar-me de que estava sozinha tornava tudo ainda pior. — Vai dar certo — murmurei para mim, mas vi o senhor Jung sorrir e assentir.
Fui levada para a temida sala de parto e estranhei a movimentação intensa. Em seguida, ouvi uma conversa dos membros da equipe que diziam que eu já estava pronta para dar à luz e foi impossível não me desesperar por alguns minutos. Assustada, ansiosa e preenchida pelo medo, esforcei-me para me acalmar enquanto enxugava as lágrimas abundantes que caíam pelas minhas bochechas. Eu teria a minha filha sozinha? Sem ninguém para me dar apoio? Pouco tempo se passou e uma médica se aproximou para dizer que o ideal era que eu tivesse um acompanhante, mas que não poderia esperar ainda mais para iniciar o procedimento. Pelo que ela fez parecer, foi como se, de repente, um buraco imenso tivesse se formado para que a minha bebê saísse e eles não pudessem aguardar nem por mais um segundo.
— Vamos iniciar o parto — ela disse após conferir algo em uma prancheta. Eu já sentia muita dor e não conseguia ficar em completo silêncio.
Céus! Eu não quero morrer!
[...]
Bom... Eu não morri, mas passei por um momento de dor intensa. O parto foi natural e eu chorei em diversas partes, ainda mais quando o choro forte da minha menina ecoou naquela sala fria. E a partir dali, o meu medo por estar sozinha no meio de desconhecidos foi embora. A minha filha veio ao mundo e agora tenho certeza de que nunca mais me sentirei ou ficarei sozinha durante toda a vida. A garotinha chorava bastante e uma enfermeira logo se aproximou para que eu pudesse vê-la. Ela era tão pequena, mas dona de um amor tão grande. Eu acreditava que o meu peito poderia explodir de tanto amor que sentia naquele momento.
— Como ela vai se chamar? — A mulher me perguntou. Eu ainda estava emocionada e focada em observar cada detalhe do rostinho inchado da minha bebê. — Senhora! — Falou um pouco mais alto, chamando a minha atenção. — Como a sua filha se chamará? — Questionou mais uma vez. Ao pensar rapidamente sobre isso, apenas um nome se fez presente e eu já não tinha dúvidas sobre a escolha.
— Heeji — falei firme, decidida. — Ela vai se chamar Heeji — sorri abertamente ao ver a bebê chorar mais baixo nos braços carinhosos da profissional.
Hoje mais cedo, quando pensei mais uma vez no nome que daria para a minha filha, ainda estava indecisa sobre o assunto, mas agora era diferente. Eu ouvi o choro, vi o seu rostinho, o jeito que mexia os bracinhos e as perninhas e isso me fez tomar a decisão. Assim como Jeongguk, eu também passei a acreditar que Heeji era o nome perfeito e por isso o escolhi naquele instante. Já havia pesquisado alguns nomes em alguns livros e na internet, mas nenhum me agradou suficientemente. No fim, a escolha aconteceu como deveria ser. Jeon pode ter participado do processo, mas quem decidiu fui eu e ninguém poderia me pressionar sobre o assunto.
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Em nome da vingança | Jeon Jungkook
Fanfiction「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Namorar um tatuador não era fácil. As horas dedicadas aos desenhos nos tiravam bastante tempo juntos e, além disso, tínhamos que lidar com o preconceito. Era sempre a mesma careta direcionada a mim quando descobriam que eu...