"Me permita te amar."

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— Por enquanto, você quer usar alguma dessas... — Jeongguk parou de falar ao mesmo tempo em que eu pulei de susto ao ouvir a sua voz. — Uau!

— Você disse que não entraria sem bater — falei alto enquanto corria até o banheiro novamente.

— Eu disse que não entraria no banheiro sem bater — relembrou. — Não imaginei que você poderia estar andado seminua pelo quarto — o seu tom de voz era de puro divertimento e notar isso me fez sorrir. — Quer uma camiseta minha? Também trouxe uma bermuda que eu uso pra correr.

— Limpos?

— Não, eu acabei de tirar da pilha de roupas sujas na lavanderia — mantive o sorriso e me afastei da porta para abrir uma pequena brecha e poder pegar as peças.

— Obrigada — fechei a porta com pressa assim que segurei as roupas, o que o fez gargalhar.

— Eu já vi tudo o que você tem. Confesso que deu uma melhorada considerável, mas isso não muda nada — disse em meio ao riso.

— Cafajeste — soltei em um resmungo.

— Eu ouvi.

— É pra ouvir mesmo, Jeon.

— Ah, confesso que senti saudades disso — eu podia identificar com facilidade que ele estava sorrindo do outro lado da porta.

Era sempre divertido quando, no passado, discutíamos por bobagens, seja porque algum de nós dois comeu a última unidade de certa comida ou porque dormiu enquanto o outro falava.  Prendi o riso ao lembrar-me dessas situações e me vesti com pressa, pois não queria demorar tanto ali dentro. Abri a porta do banheiro subitamente e isso o fez se desequilibrar e quase cair por cima de mim, já que no momento anterior o maior usava a madeira como escora. Não me poupei de rir e logo Jeon riu também, negando com a cabeça em seguida.

— Você ainda tem a tatuagem — disse enquanto caminhava até a cama do quarto de hóspedes para se sentar.

— É...

— Achei que apagaria ou que simplesmente a cobriria — disse sério enquanto me olhava fixamente.

— Já olhou o preço das sessões de remoção? Ou já consultou os valores de tatuagens em locais legais aqui na Coreia? — Perguntei em tom normal e ele riu.

— Eu fazia pela metade do preço — deu de ombros. — Conheço bem os valores — manteve um sorriso lateral. — Mas não fale como se fosse pobre. Você tem ótimas condições financeiras.

— Tenho muitas contas pra pagar, isso sim — tentei arrumar a sua camiseta em meu corpo, mas de nada adiantava. Ela continuava um pouco desproporcional em mim.

— Falando desse jeito, você me faz esquecer de que é rica.

— Meus pais são ricos — corrigi. Jeon continuou me observando, deixando-me cada minuto mais envergonhada. Ele não iria parar com isso? — Eu só pego algum dinheiro deles em caso de extrema necessidade.

— Desculpe por ter te chamado de mimada — disse de repente, deixando-me confusa. Agora estava sério de novo.

— Como?

— Te chamei de mimada no dia em que brigamos — sorriu fechado, olhando brevemente para o chão. — Justo você que sempre foi sem frescura alguma — riu fraco. — Agora eu começo a acreditar no que disse.

— Sobre o quê?

— Sobre a história de falar as coisas por impulso.

— Não acreditava antes?

Em nome da vingança | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora