Manobra do acaso?

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— Puta que pariu... — sussurrei enquanto segurava fortemente os braços da minha cadeira. Eu estava tão nervosa! — Calma, calma... — respirei fundo. —  Você não vai se abalar se o Jeongguk fizer aquela cara de bravo, certo? — Mantive o volume da voz. — Não, você não vai — decretei, levantando para caminhar até a porta logo depois. — Estou no meu direito de omitir a informação, é isso — pus a mão na maçaneta e respirei fundo mais uma vez. — É isso! Vamos lá! — Após alguns segundos, abri a porta e me esforcei para dar um sorriso convincente assim que vi os dois. — Olá, bom dia.

— Bom dia — o diretor-geral disse com gentileza, mas a minha atenção agora era apenas de Jeon.

— Bom dia, senhorita (s/n) — Jeongguk iniciou, sorrindo provocadoramente para mim. Não estava bravo? Era isso mesmo? — A sua fábrica é impecável — elogiou. — Falo com tranquilidade que é a melhor do ramo.

— Ah... Obrigada — ri fraco, envergonhada e ainda nervosa. A sua reação me pegou desprevenida, confesso. — Bom... — dei espaço para que eles passassem. — Entrem. Fiquem à vontade.

— O senhor Jeon queria conhecer os donos e eu expliquei que o seu pai viajou hoje cedo e que a senhorita ficava responsável pela fábrica na ausência dele — o diretor começou a falar e eu assenti enquanto caminhava até a minha cadeira.

— Nada mais correto, não é? — Jeongguk riu e eu o encarei quando ocupei o meu lugar. A sua expressão deixava clara a sua satisfação com aquilo tudo. — Ela é a vice-presidente.

— Sim, claro — o homem sorriu.

— Senhor Kang, poderia conduzir o Hisoka até aqui? — Jeon questionou. — Acredito que ele se perdeu de nós dois durante o percurso e ficou na parte de produção — entortou a boca. — É um desatento — nós três rimos. — Se importa de fazer isso?

— Acredito que o Kang não se importará — intervi quando percebi que o homem falaria algo. Provavelmente iria sugerir que o meu secretário fizesse aquilo ou que Jeongguk ligasse para Hisoka. — É uma atividade simples e rápida — induzi. Eu tinha que ficar sozinha com o meu ex-namorado para saber qual era a sua opinião sobre o que estava acontecendo agora.

— Não me importo, será um prazer — aparentando tranquilidade, o coreano mais velho disse enquanto negava com a cabeça. — Volto em alguns minutos.

— Obrigado! — O maior acompanhou o outro com o olhar até que ele saísse e finalmente nos deixasse a sós. — Você colocou o cara pra fora daqui em dois segundos — voltou a me encarar e eu ri ao ver os seus olhos arregalados. — Até eu fiquei com medo de te contrariar! — Aproximou-se da minha mesa e ocupou uma das cadeiras, de frente para mim.

— Que exagero! — Continuei rindo e o rapaz manteve o seu olhar curioso, analisando-me do modo que bem queria. — O que foi? Por que está me olhando assim?

— Você me fez uma surpresa maravilhosa — sorriu e eu o acompanhei. — Ou foi algo inesperado pra você também? Estou com essa dúvida.

— Uma advogada daqui sugeriu que participássemos da seleção e eu aceitei — franzi o cenho ao ver o seu sorriso aumentar. — Você está realmente gostando de tudo isso?

— Claro! — Riu. — Por que não gostaria? Vocês são donos da melhor fábrica de eletrônicos do país e uma das melhores do mundo. Têm um nome de peso, embora tenham alterado — cerrou os olhos para mim, rindo novamente em seguida. — Por que mudaram? Foi ideia sua, estou certo?

— Sim. É que estamos apostando em um novo conceito — encolhi os ombros. — Foi uma decisão um pouco arriscada, já que a empresa tem uma história brilhante com o antigo nome, mas nós decidimos apostar e felizmente está tudo correndo muito bem — suspirei. — Nenhum dos clientes que já tínhamos estranhou e os que estão chegando só têm elogios para a estrutura reformada, a modernização no processo de firmar parcerias e também no de produção.

Em nome da vingança | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora