「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」
Namorar um tatuador não era fácil. As horas dedicadas aos desenhos nos tiravam bastante tempo juntos e, além disso, tínhamos que lidar com o preconceito. Era sempre a mesma careta direcionada a mim quando descobriam que eu...
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— Senhor Jeon! — Alguém gritou e nós, assustados, interrompemos o beijo e nos afastamos completamente. — Podemos tirar as últimas fotos do casal?
— Não, nós...
— Podem — cortei a fala do moreno. — Será um prazer imenso — sorri abertamente enquanto já arrumava o meu vestido, preparando-me para ser fotografada. — Está pronto, querido? — Olhei para o rapaz que tinha o cenho franzido e me encarava com descrença. Ele nada disse. — Jeongguk?
— Fiquem mais juntos, por favor — o profissional pediu após se posicionar ao lado de outros três colegas.
— Venha — ordenei, porém o moreno manteve-se paralisado. — O que houve? — Ri forçadamente antes de puxá-lo para perto utilizando o seu braço. Jeon parecia afetado demais e isso não era bom. — Sorria e finja que está tudo bem entre nós dois.
— Até porque é isso o que você esteve fazendo desde que nos casamos, não é? — Murmurou rente ao meu ouvido, assumindo a sua posição em seguida. Uma sequência de flashs surgiu no segundo posterior e o meu sorriso já havia esmorecido um pouco, pois as palavras de Jeongguk haviam me atingido. — Pronto, encerramos por aqui — ele disse em completa seriedade. — Obrigado pela presença. Até mais, pessoal.
— Parabéns pelo casamento — o mesmo fotógrafo disse sorridente. — Vocês formam um lindo casal.
— Obrigada — respondi baixo, porém com o mesmo sorriso enfraquecido colado no rosto em uma tentativa desesperada de disfarçar o desânimo. — Tenham uma ótima noite.
— Entra logo antes que outros convidados surjam e peçam pra tirar foto conosco — Jeon sussurrou enquanto me guiava até o carro mais uma vez. — Steven, segue pra casa dos pais de (s/n) — pediu assim que nos acomodamos em nossos assentos. — E seja rápido.
O caminho foi silencioso e totalmente desconfortável para mim. Eu queria muito conversar sobre o que aconteceu, mas Jeongguk não parecia nem um pouco interessado em fazer isso. O moreno estava pensativo e observava distraidamente as ruas passando por sua janela em um aviso claro de que não teria qualquer diálogo comigo agora. Por mais que pensasse no que iria dizê-lo quando chegasse em casa, nada parecia suficientemente bom. Talvez o ideal seja ficar calada e fingir que o nosso momento fazia parte da encenação como casal, porém... Como fazer isso quando o beijo foi tão real e cheio de significados? Era inacreditável, mas ainda havia um sentimento entre nós dois.
— Senti a sua falta, sabia? — Jeongguk tinha Heeji em seus braços e caminhava ao meu lado na direção da porta principal da nossa residência. — O que acha de me chamar de Goo? — Riu. — Quanto mais vezes ouvir, melhor eu me sinto — acariciou os seus cabelos e a menina, talvez como resposta, posicionou a cabeça em seu ombro. — Está cansadinha?
— Acho que ela brincou muito na casa dos meus pais — falei causando um riso fraco do maior. — Nós vamos entrar pelo meu lado — alertei quando chegamos no destino do trajeto que ele me induziu a fazer. — É mais rápido.
