E o tempo passou depressa. Como acreditar que Heeji completou cinco anos, que Jeongguk já tem trinta e que o meu aniversário está chegando? Inacreditável. Eu não tinha pressa para nada, mas a velocidade absurda do passar dos dias me mostrava que a vida estava em uma sintonia oposta à minha. Nos meses que se seguiram, Jeon e eu conseguimos conciliar as nossas agendas e viajamos para três países: Brasil, Egito e Espanha. Cada segundo que estivemos nos locais foi incrível e, em meu país de origem, a minha família amou conhecer o meu namorado de tanto tempo, até porque para eles, que não eram tão ligados à nossa vida na Coreia, a nossa separação durou poucos anos. No fim, a minha avó foi conquistada muito rápido e o primeiro sorriso tímido que o coreano direcionou a ela foi o responsável. A visita ao Brasil, em especial, nos uniu ainda mais como casal. Gukkie e eu havíamos ficado mais entrelaçados, conectados.
— Lembrando que você está aqui com a mamãe, mas não pode ficar me chamando — arrumei o vestidinho amarelo de Heeji em seu corpo pequeno. — Eu estou no trabalho, certo?
— Certo, mamãe — beijou a minha bochecha, aproveitando-se da minha posição. — Posso jogar?
— Pode — abri a sua mochila e retirei o seu tablet de dentro. — Quietinha, está bem? — Ela assentiu com a cabeça e sorriu quando a entreguei o dispositivo. — Se precisar de algo, a Nice vai te ajudar — apontei para a secretária do meu pai. Estávamos em Seul e Boram não pôde vir, então eu precisaria participar de uma reunião e ficar de olho na minha filha. — Fique sempre perto dela, ouviu?
— Ouvi.
— Ótimo — beijei a sua testa. — Outra coisa.
— O quê? — Manteve o foco na tela do tablet, sedenta para ver o Azul surgir ali.
— O papai vai chegar daqui a pouco e você não pode correr até ele e muito menos gritar — seus olhos arregalados focaram em mim. — Cumprimente-o educadamente do modo que te ensinei e pronto.
— Por quê?
— O Jeongguk vai estar acompanhado de pessoas que não nos conhecem e você não pode agir assim na frente de desconhecidos — expliquei e Hee pressionou os lábios, causando o meu breve riso. — É feio — ela fez careta e eu ri mais uma vez. — Tudo bem?
— Tudo.
— Nós levaremos o primeiro lote dos controles pra teste ainda durante esta semana — a voz de Jeon surgiu no corredor e eu fiquei de pé às pressas para conseguir arrumar o meu vestido a tempo. — A reunião de hoje é pra vermos o produto pronto e aprová-lo ou não.
— Finalmente saiu, não é? — Sang riu. — Jeon Jeongguk é muito exigente.
— Claro, é o meu maior empreendimento.
— Você faz bem, meu rapaz — uma terceira voz foi detectada por mim, o que aumentou a minha apreensão. A empresa dele seria a nossa nova possibilidade de negócio. — Pensa como eu — os três riram e logo apareceram no meu campo de visão. — E isso é bom.
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Em nome da vingança | Jeon Jungkook
Fanfic「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Namorar um tatuador não era fácil. As horas dedicadas aos desenhos nos tiravam bastante tempo juntos e, além disso, tínhamos que lidar com o preconceito. Era sempre a mesma careta direcionada a mim quando descobriam que eu...