Namorado gentil

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— Espere um minuto, Pierre. Eu vou falar com ele — dei um passo na direção da rua, mas logo fui parada pelo maior.

— Não. Eu não gostei muito desses amigos dele — sua mão circundava o meu braço. — São confiáveis mesmo?

— Claro que são. É o meu namorado que está ali — insisti, soltando-me do seu aperto. — Se quiser, pode entrar. Está tudo bem — atravessei a rua com pressa e estranhei ao ver Jeongguk caminhar tranquilamente ao lado dos amigos, distanciando-se de mim. — Gukkie! — Chamei, mesmo sabendo que ele sabia que eu estava logo atrás.

— Cara, a moça está te chamando — um dos rapazes alertou, mas não teve jeito. Ele seguiu caminhando como se não me conhecesse.

— Jeon Jeongguk — gritei fazendo todos pararem segundos depois. Os ombros de Jeon se mexeram, revelando que ele havia respirado fundo. — Será que você pode falar comigo civilizadamente? — Perguntei.

Ele riu enquanto balançava a cabeça negativamente e virava para trás. Usava uma camiseta branca, uma calça jeans clara e uma jaqueta de couro preta. Ainda era por volta de uma da tarde, o dia estava ensolarado e ele estava todo coberto, parecia que ia até um local fechado e climatizado. Jeon se aproximou de mim com rapidez e tamanha pressa fez parecer que ele me bateria quando estivesse próximo o suficiente; a ação repentina, além de me assustar, me fez recuar um pouco.

— Volta lá! O merdinha está te esperando — gritou para que Pierre ouvisse. Passei a mão no rosto, envergonhada. Ele não podia estar fazendo isso. — Por isso não estava me atendendo? Estava com ele? — Nada respondi. Eu só conseguia pensar no quão aquilo era vergonhoso para nós dois. — Você não tentou contato comigo e agora...

— Você também não — rebati, interrompendo-o. — Não respondeu minhas mensagens, veio me ligar hoje.

— Justo quando você estava naquele restaurante em um encontro. Nossa! Que droga, não é (s/n)? Eu te atrapalhei bastante — falava rapidamente. Estava nervoso, com muita raiva.

— Não ouse insinuar isso. Como tem coragem? — Gritei, empurrando-o. Eu sabia que isso era fruto da sua raiva, mas eu não podia admitir uma acusação grave como essa.

— Foi o que eu te disse, Jeongguk — Hojin falou encostado em um poste. Tinha um sorriso convencido. — Quando a namorada não atende e demora muito pra retornar a ligação... — não continuou, apenas encolheu os ombros e riu.

— O quê? O que acontece? — Perguntei sentindo a raiva tomar conta do meu corpo. Como Jeongguk se deixa ser manipulado por esse verme? Era óbvio que o que Hojin disse estava influenciando as atitudes dele agora.

— Ela está traindo. Jeongguk é corno, pessoal — disse para os demais que gargalharam.

— Como você se considera amigo desse cara? — Questionei para o meu namorado que olhava na direção do restaurante. A sua tensão era clara e eu tinha medo de que ele tentasse entrar lá para agredir o Pierre ou algo do tipo. — Jeongguk, você acha que eu te trairia? — Segurei seu rosto, trazendo-o para perto de mim. — Acha que eu tentaria dar certo com você, passar por cima das suas mentiras pra no final te trair? — Agora ele tinha os olhos fixos nos meus. Não disse nada por alguns segundos e relaxou os ombros.

— Por que não me atendeu? — Perguntou mais baixo.

— Você acha que eu te trairia? — Ele negou com a cabeça, fazendo-me soltar o ar que prendia. — Eu estou com meus pais também, estávamos conversando e eu não ouvi o celular tocar. Algumas pessoas próximas estavam falando alto e eu acho que isso também ajudou, eu sinto muito. Posso explicar tudo, mas não vou admitir que você duvide do meu caráter e do que eu sinto por você.

Em nome da vingança | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora