Breve crise de ciúmes

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— Muito obrigado por aceitar o acordo — Park disse de repente. — Foi um pedido estranho, mas eu sei que você me entende.

— Claro que entendo — falei após terminar de comer. — Além de gostar muito da sua mãe, eu estou te devendo uma pelo que você fez anos atrás.

— Não pense assim — entortou a boca. — Eu fiz porque gosto de você.

— E eu quero te retribuir. Vai me aliviar do peso que sinto hoje — sorri brevemente, sem vontade. — Minha atitude foi vergonhosa.

— Se sente arrependida pelo que fez?

— Arrependida não é bem a palavra — suspirei, desviando o meu olhar do seu em seguida. — Talvez culpada. É, culpada — assenti com a cabeça. — Eu não deveria ter te traído, foi uma atitude desonesta da minha parte. Pensei apenas em mim e o pior é que eu tinha consciência disso.

— É muito bonito da sua parte — levantei o rosto para encará-lo, incrédula. Ele estava sendo completamente o oposto do que eu imaginava. — Está sendo honesta, (s/n). Eu não acho essa qualidade em muitas pessoas por aí. Você poderia ter mantido a mentira, mas preferiu me contar tudo — segurou o meu rosto com a sua mão gelada. — Eu não posso negar as minhas desculpas. Você tem tudo o que quiser de mim.

— Obrigada — falei em um sussurro, completamente confusa com aquilo tudo. Eu ainda sentia o aperto no peito e estava angustiada, talvez seja por causa dessa atitude esquisita. É exatamente como Haneul já havia dito. Tem algo estranho acontecendo aqui. — Quer um bolinho? — Estendi o alimento para ele. Após sorrir, Minhyuk esticou-se para mordê-lo ainda em meus dedos.

— Está muito bom. Experimenta — disse de boca cheia me fazendo rir.

Quando saí da casa de Jeongguk mais cedo, o que eu menos esperava era que estaria desse modo com Minhyuk horas depois. Criei, durante o caminho até a nossa casa, cenas em que brigávamos feio e separávamos as nossas coisas para sairmos daquela residência. O imóvel era alugado e não teríamos problemas para vendê-lo e dividir o dinheiro. Mas o que acontecia agora era totalmente o inverso. Nós continuávamos aqui fingindo que nada ocorreu na noite passada. Na verdade, decidimos pular dois dias: o do restaurante, onde Jeongguk e eu nos beijamos, e o de ontem. Sim, eu havia contado tudo.

— Vocês o quê? — Haneul gritou, logo tapando a boca com a mão. Minhyuk estava dormindo no andar de cima. — Ainda estão juntos? Porra, por quê?

— A mãe dele — revirei os olhos. — Nossa, Haneul! Eu acabei de contar a história.

— Que se foda a velhota — fez careta e bateu em meu braço. — Você não ama esse frouxo, tem que voltar com o desgraçado gostoso do Jeongguk — bufou, encarando-me com revolta. — Aliás, como foi a madrugada? Conta tudo.

— Não posso falar com o Minhyuk aqui — olhei para cima e ela bufou mais uma vez. — Respeito, Haneul. Respeito.

— Você sabe o que é isso? — Cruzou os braços e eu arregalei os olhos, o que lhe causou uma risada. — Estou brincando, amiga. Mas confesso que não esperava uma atitude tão impulsiva da sua parte. Realmente me surpreendi quando Jisub me contou que você e o Jeon estavam juntos naquela hora da madrugada.

— Nem eu esperava — suspirei. — Ah, Haneul, tudo o que passava na minha cabeça naquele momento era que eu deveria me entregar.

— Eu sei bem como é. Um fogo maluco toma conta de você e tudo o que passa na sua cabeça é...

— Chega — a interrompi enquanto ria. — Você vai falar coisas obscenas.

— E não estamos falando de sexo? — Perguntou alto, logo cobrindo a boca novamente.

Em nome da vingança | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora