Unicórnios chatos

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Resolvi brincar com a minha pulseira já que não tinha nada para fazer. Vi uma escritura em letras bem pequenas e aproximei mais a pulseira para enxergar melhor.

"Daniel e Angell".

Sorri ao ler essas pequenas palavras.

- Rindo do que, Angie? - Dani pergunta se sentando no sofá.

- Ai credo, não se pode mais sorrir nesse mundo que... V-você me chamou de que? - engoli em seco.

- Angie, por quê?

Só a Clara me chamava disso.

- Nunca mais volte a me chamar dessa porcaria de nome! - gritei e subi as escadas tropeçando em alguns degraus.

Bati a porta violentamente e passei a mão pelo meu rosto e em seguida meu cabelo.

Bufei pesadamente e senti o meu sangue ferver.

Me despi rapidamente e entrei no banheiro. Liguei o chuveiro na temperatura mais baixa possível e deixei a banheira enchendo.

Sem paciência, decidi entrar e deixar que a água levasse esses pensamentos da minha mente.

Encolhi-me deixando as pernas coladas nos meus seios e deixei minha cabeça cair para frente.

Flashback ON

- Mamãe, o que está fazendo? - perguntei a ela quando vi poças de sangue pelo chão.

- Angie! Vem aqui com a mamãe - ela abriu os braços para que eu pudesse ir abraçá-la, mas ela estava suja do mesmo líquido que cobria o chão. Sorri inocentemente e corri ao seu encontro abraçando-a.

Ela desfez o abraço e pegou alguma coisa afiada que estava atrás de si.

- Mamãe o que vai-

- Clara! Solte a minha filha agora!

Olhei para trás e vi o meu pai acompanhado com outros homens de branco.

- Caleb, você... Você prometeu que não iria fazer isto! - minha mãe berrou me pegando fortemente pelo pulso chegando até me machucar.

Vi os homens se aproximando mais da minha mãe e ela agiu rápido, apontando o objeto afiado em direção ao meu pescoço e depois foi descendo até a região do meu coração.

Os homens se aproximaram e Clara raspou o objeto em meu peito e me jogou para algum canto da cozinha que eu não conseguia ver, pois estava ficando tudo escuro.

Só tive tempo de ver algo embaçado como duas pessoas agarrando uma e um grito feminino.

Flashback OFF

Meu cabelo ia escorregando na minha face e por isso decidi erguer a cabeça já irritada.

Ouvi batidas na porta do banheiro, provavelmente era o Dani desesperado.

- Entra - eu disse ainda na mesma posição e quem eu suspeitaria que fosse entrou.

Daniel arregalou os olhos e depois os tampou com as mãos.

Gayzudo.

- Pensei que gostava de ver garotas peladas - revirei os olhos dando uma gargalhada sem humor.

- Desculpa, não achei que você estivesse assim - ele disse.

- Não, não. Eu que tenho que pedir desculpa, não deveria ter falado com você daquele jeito. Apenas não me chame mais daquele nome, ok?

Ele assentiu e depois um silêncio tomou conta do local.

- Posso entrar na banheira com você? - ele perguntou sorrindo já com os olhos postos em mim.

AngellOnde histórias criam vida. Descubra agora