Não me faças biquinho

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Que puta dor de cabeça, ah meu senhor! Tudo piora quando tem uma bola redonda [sério? pensei que fosse quadrada] brilhante na sua cara. Porque raios eu sempre tenho que acordar com a merda do sol na minha cara?

Tinha uma mão na minha cintura.

Uma. Mão. Na. Minha. Cintura.

- WHOOOAAAA! - gritei empurrando o ser que estava grudado em mim em uma cama e ao mesmo tempo gemendo de dor por causa da minha cabeça.

- Caralho, Angell! Precisava me chutar pro chão? Que jeito carinhoso de se acordar uma pessoa - ironizou Daniel.

- Que merda que você estava fazendo agarrado em mim, criatura feia? - perguntei com a mão na cabeça.

- Ontem a noite você não parava quieta, ai eu decidi dormir contigo pra ver se você sossegava - disse se levantando do chão.

- E o que aconteceu ontem?

- Um cara chamado Levi colocou droga na sua bebida e você ficou doidona, ele faz isso pra ter sexo com as garotas. Continuando, ele ia te levar para o quarto dele e eu impedi, quando entramos no nosso aqui você começou a me chamar de "delicia", "cachorro gostoso", até pediu pra mim - tossiu forçado - te comer - O QUE? - Calma, eu não abusei de você - riu.

- Mais que porrinha. Aquele Levi vai levar uns socos nas bolas e é capaz de não ter mais filhos - grunhi.

- Apoio essa ideia - sorriu.

Agora que eu notei que ele estava só de boxe, e dá pra ver que o "instrumento" dele tem um nível avançadíssimo.

Que merda que você está pensando Angell?!

Aquela droga fez efeito mesmo. A culpa não é minha.

- Para de olhar pra lá - disse Daniel com um sorriso perverso, minhas bochechas começaram a ficar quente e eu acho que corei, tapei os olhos com uma mão e ouvi ele rindo, besta.

- Pelo amor da minha batata, veste alguma coisa pra tapar isso, Daniel! - ele riu de novo e afastei um pouquinho os dedos pra ver se ele estava colocando uns shorts pelo menos.

- Pronto, pronto. Pode olhar agora - suspirei de alívio e tirei a mão dos meus olhos.

- Vamos comer? Tô morrendo de fome - eu disse.

- Você vai assim? - perguntou e eu olhei para abaixo ver como eu estava.

De sutiã e mini shorts. Que ótimo.

Arregalei os olhos, tapei os seios pra que ele não visse. Isso que dá dividir o quarto com um menino.

- Não precisa fazer isso, eu já vi você sem ele - disse. Arregalei os olhos pela quarta vez e abri a boca - É mentira - riu. Idiota.

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Dei mais uma trincada no meu sanduíche e limpei com a boca o ketchup que tinha caído no meu dedo.

- Você não vai dividir mesmo, não é? - perguntou James. Neguei com a cabeça e por pura implicância mordi outra vez o sanduíche com os olhos semicerrados olhando para o James que fez biquinho.

- Não me faças biquinho! - dei um tapa na cara do James enquanto os outros só riam.

- Galera, meus pais compraram uma casa aqui perto do colégio e eu estava pensando nos finais de semana nós irmos pra lá. A casa é grande - sugeriu Henrique. Todos assentiram.

- Ótimo, já é ruim dividir um quarto com um garoto imagine uma casa com quatro - revirei os olhos. Quatro meninos porque o Giovanni passa na casa dele.

- Por que é ruim dividir quarto com um menino? - perguntou Giovanni.

- Nem queira saber - eu disse. Daniel me olhou e sorriu maliciosamente e eu revirei os olhos.

- Então... vocês querem né? - disse novamente o Henrique. Todos disseram que sim.

- Vamos ter que dividir a casa com uma garota - James falou sorrindo.

- Só quero ver como vai ser - murmurei pra mim mesma.

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~morgan 

AngellOnde histórias criam vida. Descubra agora