Viagem

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- ACORDAAAAAA! - algum infeliz gritou e jogou um mar de água gelada em mim!

- Pu-puta... QUE PARIU! - fiz esforço pra falar enquanto estava ensopada - Quem for o infeliz que me banhou com a água do polo Norte vai se ver comigo! - olhei envolta e a pessoa já tinha saído do quarto.

Eu mato. EU MATO.

Depois de tomar um banho, me vestir e comer, é claro.

Fui para o banheiro, tirei a roupa molhada e grudenta e fui tomar um banho quentinho. Depois de quarentões minutos dentro do chuveiro, saí enrolada em três toalhas porque estava muito frio.

Hoje era o dia de ir para o colégio que fica na Califórnia, então eu iria pegar um avião e ficar sem fazer nada durante três horas. Que bom. Tudo que eu mais quero na vida é ficar presa dentro de uma máquina voadora sem fazer nada.

Coloquei a minha blusa nova do capitão América junto com outro moletom do Pikachu, coloquei minhas jeans pretas e os meus Vans da galáxia ou sabe Deus como se chama. Fiz uma maquiagem preta de leve e sai do quarto.

Cheguei na cozinha, Victória estava conversando com o meu pai e tinham panquecas com chocolate, ovos com bacons e suco de laranja.

- Quem foi o infeliz que me acordou atirando água em cima de mim? - falei mordendo as panquecas.

- Não fui eu - disseram em coro e segurando a risada.

- Ok, vai ter vingança para os dois então - sorri.

***

Agora eu me encontro dentro do avião jogando amendoins em um garotinho e ele jogando em mim também. Os amendoins dele acabaram e eu sorri mostrando a língua pra ele, o que fez o pirralho chorar. A mãe dele chegou e pediu para um garoto da minha idade trocar de lugar com ele.

- Oi - disse o garoto e eu o ignorei - Às vezes é bom ser educada, viu? - olhei pra ele e vi que ele tinha cabelos castanhos e olhos verdes, usava uma regata preta e uma toca cinza.

- Eu não falar em inglês - menti pra ver se ele parava de falar. Virei a cara para a janela.

- Então quer dizer que eu posso falar qualquer coisa que você não vai entender, né? - ele disse provavelmente com um sorriso perverso na boca. Ignorei - Posso ver que você tem peitões, quem me dera estar amaciando-os agora e lamb-

- OK, OK! PODE PARAR, EU FALO INGLÊS SIM! - ele riu e eu revirei os olhos.

- Eu sabia. Qual é o seu nome?

- Não falo meu nome para estranhos. Muito menos retardados - olhei de canto de olho para o garoto e ele fez cara feia.

- Vá lá, eu posso ser seu amigo! - fez biquinho. Que biquinho irresistível.

- Ugh. Não faz biquinho! Meu nome é Angell - eu disse derrotada.

- Sou James. Em que lugar da Califórnia você está indo?

Aqui virou um interrogatório?

- Para a casa do caralho.

- Ignorante. Só quero saber se você vai pro mesmo colégio que eu -

OH, NÃO.

Vou ter essa companhia por três horas e ainda vou passar um ano aturando essa praga?!

- Não me diga que você vai para o...

- Vou! Você também vai, não é? - sorriu. Ugh, ugh e mil vezes ugh.

- Vou - murmurei só que ele ouviu.

- Que ótimo!

- Pra você. Agora me deixa dormir porque não foi você que acordou com o Alasca na sua cara - virei e desci um pouco meu banco, peguei em uma almofadinha e coloquei debaixo da cabeça. Peguei meus fones encaixei no ouvido e dormi ao som se Skrillex.

***

- Ei, zangada. Acorda e para de babar. - James sussurrou rindo.

- Hm? Estou babando? Já chegamos? - eu disse coçando os olhos.

- Já, vamos ser os últimos a sair. Anda logo!

- Você não manda em mim e eu já vou - levantei e peguei as minhas coisas, James me olhava atentamente - Que foi? Vai ficar me observando que nem uma mula burra? Me ajuda aqui!

- Oh, okay.

Vai ser um looooooongo ano.


AngellOnde histórias criam vida. Descubra agora