Oxigênio estúpido

6.3K 348 22
                                    

Dylan era o nome do nosso professor de dança. Olhos verdes, boca fina, cabelo castanho bagunçado e eu poderia dizer que ele tem um corpo bem definido, tipo de um Deus. Mas não quero dizer isso.

Já disse.

O silêncio é o melhor para tudo, sabia?

Está insinuando que eu devo ficar quieta?

Imagina...

Vaca.

Primeiro de tudo, ele nos apresentou e depois começamos os exercícios físicos e uma dancinha qualquer.

Essa foi a nossa aula, ele disse que mais pra frente nós iríamos montar a coreografia e alguns alunos poderiam ajudar ele.

É claro que o babaca do Daniel tinha que ser um cagueta e dizer que eu sei dançar bem e que poderia ajudá-lo.

Aceitei.

Só quero ver no que isso vai dar.

{...}

- Angell! - a voz de eu reconhecia gritou. Olhei para trás e vi o Daniel correndo até mim.

Por que raios ele não se desgruda?

Ele parou todo ofegante tentando dizer alguma coisa.

- Oi - ele disse recuperando o ar. Revirei os olhos e caminhei de braços cruzados até o meu quarto - Espera!

Bufei e me virei para ele ajeitando a mochila no ombro.

- Quê? - perguntei.

- Eu queria saber se você não quer... Dar uma volta comigo fora do colégio.

- Pra onde? - perguntei.

- Hum... Pode ser para uma feira que tem sempre aqui perto, pode ser? - sugeriu e eu assenti - Vai lá se arrumar que eu já vou.

Fui para o quarto e peguei em uma blusa de qualquer e um moletom do Mickey, coloquei as minhas jeans pretas, calcei meus Vans e coloquei a minha pulseira.

Sai do quarto, encontrei o Daniel ao lado da porta e cutuquei-o.

Saímos do colégio e assinamos o mesmo papel-irritante de novo.

{...}

- Você é muito ruim em basquete, Dani - revirei os olhos tomando a bola dele.

Nesse instante nós estamos em uma zona de brinquedos da feira que fica dentro da mesma e estamos tentando ganhar tickets para ganhar algum prêmio.

Me concentrei na cesta que se movimentava de um lado para o outro e joguei a bola fazendo com que a mesma caísse dentro da cesta. A bola voltou e eu fiz a mesma coisa até o tempo da máquina acabar.

Retirei o monte de ticket que saia e enrolei guardando-os no bolso da jeans.

- Você é muito boa. Viu as pessoas olhando para você enquanto jogava? - ele questionou, eu dei um sorriso e jogando o cabelo para o lado.

- Eu sou diva - eu disse e ambos rimos.

- E agora? Quer ir em qual brinquedo? - ele perguntou e eu olhei em volta para achar um que me interessasse. Parei em um que era de acertar os jacarés com um martelinho.

Puxei o Dani comigo e esperei uma jovem acompanhada com uma menininha.

Minutos se passaram e cada vez que a garota perdia, a outra passava o cartão novamente.

Acho que essa é a décima vez que eu reviro os olhos. Nunca tive tanta paciência na minha vida.

- Oh garota? Tem gente querendo jogar, sabia? - apontei para a fila que estava e ela deu de ombros. Bufei e sem mais paciência empurrei a menina junto com a criança.

AngellOnde histórias criam vida. Descubra agora