Está tentando me seduzir?

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- Dani... - tentei gritar, mas só saiu como um sussurro, devido à dor que se apoderava do meu corpo, principalmente da minha barriga que sugava as minhas palavras e me deixava cada vez mais fraca.

Mesmo assim, ele olhou para trás, percebendo a minha situação. Distraído, recebeu outro murro no rosto.

Os caralhos das pessoas não estão ouvindo nada? Isso é um shopping!

Um. shopping!

Procurei algo que eu pudesse atacar no babaca-sem-nome.

Esforcei-me para me levantar e ignorar a dor que me derrubava. Cambaleando, peguei em um vaso com a mão vaga, já que a outra estava na minha barriga para evitar a dor, e joguei na sua cabeça - que clichê -, aproveitando em que ele estava de costas.

O babaca-sem-nome caiu no chão desacordado.

Que lindo, ele leva vários socos, mas é só eu jogar um vasinho na cabeça dele que ele desmaia.

Dani observou a cena do homem caído no chão por um instante, mas logo correu para me abraçar.

- M-minha.. Barriga - murmuro. Ele se afasta de mim e eu consigo ver o seu rosto vermelho, o redor do seu olho roxo e a sua boca sangrando - E o seu rosto...

- Você... - ele diz passando as suas mãos nas minhas bochechas que só agora que eu percebi que estavam umedecidas.

Nem tive tempo pra perceber que eu estava chorando, devido á dor.

- Vamos - Dani agarrou na minha cintura e eu nos seus ombros para continuar de pé e conseguir andar.

Em um momento, sinto um impacto contra as minhas costas.

Grito, caindo no chão e agora sentindo as lágrimas escorrerem involuntariamente pelo meu rosto sem parar.

Caída no chão e com a visão turva e embaçada, ainda pude ver ações do Dani batendo fortemente no babaca-sem-nome, até cair no chão. Pude ver um último chute dado na cabeça do babaca e o Henrique junto com a Naomi correndo na minha direção.

- Angell! - Henrique exclamou tentando entender a situação.

- As minhas costas - com impulso, eu disse o mais alto impossível, que no caso, foi um sussurro também.

Que bosta.

- Meu deus - vi o Dani agarrando firmemente, mas delicadamente, as minhas bochechas e tentando limpar as lágrimas que rolavam pelo meu rosto novamente - Temos que ir pra casa agora!

Os três arrumaram um jeito de me levar para o carro sem chamar muita atenção. Deitaram-me no banco de trás e o Dani ficou ao meu lado.

- Vai ficar tudo bem - Dani começou - Nós vamos para um hospital e-

- Não quero ir.. P-para... Um hospital - tentei dizer, apesar de querer ir pra caralho.

Só iria dar mais problemas, meus responsáveis - no caso Victória e meu pai - seriam chamados e teriam que ir urgentemente para lá e provavelmente, fariam uma denúncia para procurar o babaca-sem-nome.

Querer denunciar ele eu quero, mas ele também pode me denunciar pela agressão no cinema e lá havia testemunhas, já no "canto" do shopping não, só o Dani, a Naomi e Henrique que são poucos.

- Mas você tem que ir, amor - Dani insistiu com os olhos marejados, vendo o meu estado.

- E-eu não quero, vamos pra c-casa... por favor - eu disse limpando as lágrimas escorridas na minha face, mas não deu muito certo, até porque eu acho que desloquei um osso da coluna por causa do chute do babaca e a minha barriga insiste em me foder ainda mais.

AngellOnde histórias criam vida. Descubra agora