Sua filha?

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[ d i a s d e p o i s ]

- Muito bem alunos, vocês terão um trabalho com os seus colegas de quarto. O trabalho é cuidar de um bebê por uma semana, e esse bebê não será real, é um produto de bebês de brinquedo, mas não são aqueles que as crianças brincam. Então, vocês poderão desenhar as características desse bebê, por exemplo, cor dos olhos, cor de cabelo e etc. Podem formar as duplas com o seu parceiro de quarto.

Minha mente está processando tudo o que esse filho da mãe disse.

Eu vou ter que fazer um trabalho que é pra cuidar de um bebê? Por uma semana? Com o Dani? POR UMA SEMANA?

Ok, respira Angell...

Um... dois... três... Ah. Bem melhor.

Cara, eu não sei nem cuidar de mim mesma, imagina de um bebê, a minha sorte é que o bebê não é real.

Acordei dos meus pensamentos quando uma mesa bateu na minha, olhei para o lado e vi o Daniel todo sorridente.

Revirei os olhos.

- Desse jeito você vai ficar com câncer nos olhos de tanto revirá-los - comentou rindo e brincando com os polegares. Não pude deixar de soltar uma gargalhada.

O professor passou na nossa mesa nos mostrando dois bonecos que mais parecia real, um menino e uma menina. Deduzi que fosse para a gente escolher.

Dani olhou pra mim e levantou as duas sobrancelhas em forma que era pra eu escolher.

- Escolhe você - pedi, ele deu um sorriso pequeno e apontou para a menina.

O professor nos entregou e foi pegar outros bonecos para entregar aos outros alunos.

- Então? Como ela vai ser? - ele perguntou.

- Não sei...

- Ela podia ter a cor dos seus olhos - sorriu. Senti as minhas bochechas ficarem quente.

Apenas assenti e me levantei da cadeira para pegar as coisas dentro da caixa, peguei os olhos da cor dos meus e voltei para a mesa onde o Dani estava.

Depois de algum tempo, nós terminamos a boneca e mostramos para o nosso professor.

- Como vai ser o nome da sua boneca?

- Justine - Dani falou.

Olhei pra ele com cara de "escolhe um nome melhor ou eu enfio essa boneca na onde você não vai querer saber".

- Não tem gosto melhor pra escolher nomes? - perguntei. Ele riu negando - Vai ser Alyce - dito isso o velho anotou em um caderno e pediu os nossos nomes.

- Pessoal, lembrando que essa atividade vale nota para artes, ciências e português. Vocês farão uma redação de como foi cuidar do vosso bebê - ele avisou para toda a sala.

Quero ver como vai ser cuidar de uma coisa dessas, ainda mais com o retardado do Daniel.

Mais algum tempo passou na sala e o professor nos avisou que era como cuidar de uma criança real, coisa que eu não tenho ideia de como fazer.

Odeio crianças.

Peguei a bebê de qualquer jeito e depois ouço um choro insuportável, pego na criança em forma de boneco e carrego normalmente, mas ela continua chorando.

- Você não sabe cuidar de um bebê, me dá ela aqui - ele pegou cuidadosamente a criança e colocou no colo dele, assim fazendo-a parar de chorar. Revirei os olhos - Olha, a Aly gosta muito mais de mim do que de você, Angell - sorriu para o bebê e eu revirei os olhos rindo.

AngellOnde histórias criam vida. Descubra agora