Brincadeirinha macabra

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- DANIIIIIIII! - gritei desesperada.

- O que foi? O que aconteceu? - ele desceu as escadas todo atrapalhado e segurando uma toalha.

- To com fome - fiz manha e ele me olhou com cara de "ta brincando?".

- Vou me trocar - ele disse subindo as escadas de novo.

Depois de meia hora, esperando a noiva feiosa descer e preparar a comida pra mim, o Dani veio com um prato de bolinhos de chuva.

Sorri de orelha a orelha e peguei em dois bolinhos, ele fez o mesmo e se sentou ao meu lado, rodeando os meus ombros.

A campainha tocou.

- Vai lá - eu disse.

- Não, vai você - o Dani disse concentrado na TV.

- Você - fuzilei ele.

- Você!

- DANIEL, VAI ATENDER A PORRA DA CAMPAINHA QUE A MERDA DA PESSOA INSISTE EM FICAR TOCANDO, PORRA! - gritei e ele me olhou assustado.

- Ai credo, ok, eu vou - ele disse derrotado e caminhando para a porta - Menina delicada - resmungou.

- Eu ouvi isso - eu disse e ouvi uma risadinha.

Escutei um grito feminino e olhei para trás. Vi as cadelas-gêmeas agarrando o MEU homem e depois caminhando até a sala.

James e Lucas que estava na cozinha, vieram pra sala e receberam as meninas, o resto do povo que estava lá em cima desceu e se sentaram no sofá.

- Bolinhos! Deixou preparado para quando chegássemos, Dani? - a cadela jr. que se chama Kimberly perguntou esticando a mão para pegar um bolinho.

- Na verdade- Dani ia dizer, mas eu cortei-o.

- Tira. as. suas. patas. dos. meus. bolinhos, sua cadela sarnenta. E o nome do dele é Da-ni-el, não precisa chamar pelo apelido, só eu chamo ele assim, entendeu? - eu disse e ela me olhou com cara de deboche e pegou em um bolinho, levando na boca e mastigando.

Ela não fez isso.

Oh sim querida, ela fez sim.

- Ela não fez isso... - ouvi um sussurro, não sei de quem.

- Ah, ela fez sim - ouvi outro sussurro que parecia do James.

Dei na cara da maldita-cadela-que-tem-nome e comecei a socar ela. Arranhei o seu rosto e ela dava gritinhos pedindo socorro.

- Alguém desgruda a Angell da Kimberly! - a Anne gritou.

- Não! Eu quero assistir ainda! Dá tempo de fazer a pipoca? - a Naomi disse.

Chutei a barriga da garota e puxei o cabelo dela. Saiu um tufo na minha mão.

Alguém me pegou, fazendo com que eu parasse de bater na puta toda vermelha.

- ME SOLTA! EU AINDA NÃO ACABEI COM ESSA ANTA QUE USA PRODUTOS NO CABELO PRA FICAR QUE NEM O MICHAEL JACKSON! - gritei e tentei me soltar dos braços do Dani.

- Essa menina... é uma selvagem! - a cadela jr. disse se recuperando.

- Selvagem é a mata atlântica que existe no meio das suas pernas - retruquei e me sentei no sofá com o MEU prato de bolinhos no colo.

- Nunca mais mexa na comida da Angell - o Lucas murmurou.

- Não como milho de galinha mesmo - a outra cadela disse. Virei minha cabeça lentamente e olhei pra ela que se encolheu.

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