O conto de Leopoldo Alvares - Ambiência

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Ana Francisca observou os outros dois irmãos se esconderem também atrás de páginas diferentes do jornal, e os três se revezavam para ler as folhas dele

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Ana Francisca observou os outros dois irmãos se esconderem também atrás de páginas diferentes do jornal, e os três se revezavam para ler as folhas dele. Olhou para Carlos, sem esconder sua irritação no olhar, e o irmão limpou a garganta no intuito de chamar a atenção dos outros três. André abaixou o jornal o suficiente para olhar para ele. Augusto parecia concentrado demais para fazer o mesmo naquele momento. Nicolas dobrou sua parte e o estendeu para Carlos.

— Quer ler? — Ele perguntou.

— Acho que se esqueceram de que o café da manhã no Brasil é diferente. As pessoas conversam à mesa. — Falou, e fez educadamente que não para Nicolas. — E também, que aqui temos dinheiro para comprar mais de um jornal.

— É questão de tradição revezar para ler o jornal durante o café. — Augusto comentou, dobrando sua parte também. — Uma pena Henri não estar aqui. O tempo de leitura funcionava certinho com ele. Será que ele já foi tentar a vaga de jardineiro na casa do Governador?

André fez que não.

— Novos ares, novos hábitos, meu irmão

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— Novos ares, novos hábitos, meu irmão. — Ana Francisca sorriu, ainda desconfortável, e colocou um pedaço de mamão cortado no prato dele — Que tal passarmos a leitura diária do jornal para um momento após o café, na sala de estar? E as conversas sobre Henri para um momento em que não exista o risco de algum empregado nos escutar?

— Tudo bem. — Augusto deu de ombros. — Já que não vou ter tempo de ler a outra parte, Nicolas, me diga... qual o mistério de hoje na coluna do Leopoldo Alvares?

— Assassinato. — Nicolas comentou, roubando um dos pedaços de mamão do prato do amigo com o garfo. — Um sujeito, Luiz Fernando, que queria pedir uma moça em casamento, mas não conseguiu. Ele pensou que ela tinha recusado por não querer nem sequer abrir a porta, mas a verdade é que ela estava morta dentro de casa, junto com a única empregada a trabalho no dia.

Cristine fez o sinal da cruz, e Ana Francisca a viu de pé ao lado da mesa, e lançou um olhar enigmático, mas que a moça sabia que dizia para ela se conter.

— E, — Nicolas continuou a falar — ele foi o único a ser visto deixando a propriedade na noite chuvosa.

— Hum. — André comentou, interessado, enquanto também mastigava suas próprias frutas de seu prato. — A propósito, Nicolas, eu tenho uma tarefa para você, quando tiver tempo... para nós, na verdade, de me ajudar a descobrir quem era a família que meu pai vinha conversando para tentar me noivar. Ele apenas me disse que o sujeito tinha uma filha e que eles faziam negócios sobre a venda de uma das nossas fazendas para ele. 

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