Reunião - Parte 2 - Ambiência

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E assim...

— Muito bem. — André começou. — Estamos aqui para compartilhar tudo o que sabemos a respeito de tudo. Henri, Eloise e Cristine vão nos contar seus progressos, e vamos decidir hoje quem é o provável culpado em quem vamos focar nossas próximas ações. Pelo pouco que eu sei, os três têm muito o que nos contar.

— Sim. — Henri respondeu.

— Muito. — Eloise concordou.

E Cristine permaneceu quieta.

— Se não se importam, eu gostaria de começar. — Henri falou, e André estendeu a mão como se o autorizasse. O inglês colocou uma pasta sobre a mesa, e Augusto puxou para ver o conteúdo do que havia ali enquanto ele já começava a falar — Foi muito arriscado, mas eu consegui os documentos que comprovam que o Governador está envolvido em algumas transações... e possíveis acordos de corrupção. No começo eu investigava o escritório dele e tentava, em vão, encontrar alguma coisa, até que percebi que o que quer que ele tivesse feito de ilegal, não estaria assim à mostra para qualquer um encontrar. Como os rapazes já sabem, eu me envolvi com a filha dele, a mais nova. Não tive escolha, para ser sincero.

— Ah, sim. — Augusto comentou com ironia e certo bom humor, observando os papéis.

— A questão é que eu descobri um cofre na sala dele, e precisava da senha. Foi ela quem me deu.

— Como conseguiu que ela fizesse isso, se disse que ela não entende o que você fala? — Nicolas perguntou, também observando os papeis.

— Exatamente por isso foi que eu consegui. Eu a levei para a sala dele, e fiz com que derrubássemos o quadro.

— Nem imagino como foi que conseguiu derrubar o quadro. — Augusto comentou com o mesmo tom de antes.

— Bem, — Henri até sorriu um pouco, mas estava concentrado na própria história — e ela contou que a senha deveria ser o aniversário da mãe, brincando, mas estava certa.

— Isso se chama amor. — Augusto ironizou.

— E não se preocupem, isso é só uma cópia. A única coisa que não fiz cópia foram das...

— Cartas? — Nicolas retirou os envelopes da pasta.

— Sim. — Henri suspirou — Quanto a isso... estive em um impasse sobre trazê-las ou não, porque pertencem à Theodora, a filha mais velha. Ela é uma boa pessoa, e nos aproximamos também nos últimos dias.

— Até dela? — Augusto brincou.

— Leia uma das cartas. — Henri falou, apenas.

Todos esperavam ansiosamente pelo que Augusto diria, já que enquanto lia, o homem exibia uma expressão de surpresa e até mesmo preocupação.

— Então o pai dela escondeu essas cartas?

— Aparentemente sim. — Henri respondeu.

— E o que diz nelas? — Eloise não conteve a curiosidade e perguntou.

— Uma garota... com quem a filha do Governador já teve um caso. — Augusto respondeu.

Involuntariamente, nesse momento, Carlos, Eloise e Ana Francisca trocaram olhares.

— Theodora é do teatro. — Henri explicou. — Pelas cartas elas pareciam mais do que simples amantes. Isso explica o trato entre o Governador e o Prefeito.

— O Pai deve estar preocupado que descubram que a filha não gosta de homens. — Augusto entendeu. — Isso explica também porque o pai de Victor o mandou conquistá-la, e não simplesmente ir até lá e pedir a mão dela. Ela provavelmente não aceitaria.

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