O Circo - Parte 2 - Ambiência

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Ana Francisca observava os irmãos do outro lado da tenda

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Ana Francisca observava os irmãos do outro lado da tenda. Estava sentada com Margô, propositalmente no lado oposto para poder ver tudo o que acontecia sem que ficasse tão óbvio que estava interessada nisso muito mais que no espetáculo.

— Agora que seus irmãos são responsáveis por você, chegou alguma proposta de casamento ou algo do tipo? — Margô também observava a movimentação, mas por motivos muito diferentes dos de Ana Francisca. — Eu sei que seu pai as escondia porque achava que era muito nova para isso.

— Ou porque minha mãe não considerava os pretendentes adequados. — A Bragança completou — Não, não me falaram sobre nada. Acho que meus irmãos são ainda piores do que meus pais.

— Sério?

Aninha fez que sim, se concentrando nos dois que conversavam com a afilhada do Delegado.

— André pensa que sou muito nova. Augusto considera todos os homens do mundo "seríssimos canalhas", — E olhou para a amiga de modo divertido — são palavras dele. Carlos diz que devo ser feliz, mas ele sempre reforça que a felicidade não está em homens ou em um casamento.

— E o que você pensa sobre tudo isso? — Margô até se virou para a amiga, interessada.

A outra deu de ombros.

— Que eles têm razão. Ainda me acho muito nova e inexperiente para um casamento.

— Cuidou da casa dos seus pais sozinha por um mês inteiro. Não acho que seja inexperiente. — Margô protestou.

— Casamento é bem pior do que isso. — Ana balançou a cabeça, afastando a ideia — Lidar com outras pessoas é... desafiador. Lidar com a mesma pessoa por anos pode ser atormentador. Eu acho mesmo que preciso de um pouco mais de experiência antes de considerar esse... caminho, que é inevitável para nós mulheres.

— É.

— E Augusto está certo também. Existem muitos "canalhas" por aí. — E riu olhando para a amiga.

— Ah, mas talvez fosse divertido conhecê-los.

— Eu não sei. — Ela girou no dedo o anel que ganhou dos pais quando debutou e viu André levantar e se afastar pelo circo enquanto acontecia o intervalo do show. — Tenho muito o que me preocupar. Não há espaço para diversões.

Margô encarou a amiga, franzindo a testa em estranhamento.

— Muito com o que se preocupar?! Como assim, Aninha? Agora que seus irmãos estão aqui eles cuidam de tudo, e você pode se divertir um pouco sim. — Ela entrelaçou o braço ao da amiga e a forçou a se levantar — Vamos, temos que dar uma volta por aí. As coisas estão acontecendo e nós aqui, sentadas feito plantas. Desse jeito não dá pra saber nada de ninguém.

— Mas sobre quem você quer saber? — Ana se esticou para pegar a bolsa antes que fosse completamente arrastada pela amiga.

— Sobre todo mundo, ora! — Margô riu da pergunta, como se aquilo fosse óbvio. — A começar por aquilo. — Ela apontou discretamente — Não é Cristine?! A criada da sua casa? E quem são aquelas crianças?

Bragança & CiaOnde histórias criam vida. Descubra agora