A Explicação do Caso Bragança - Parte Final

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Enfim, chegamos até aqui. O caminho foi longo. Uma jornada de autoconhecimento e de descobertas, não? A essa altura, leitor, você já deve ter o seu personagem favorito, o local que mais gostou de imaginar em sua mente, e até mesmo deve saber com quais personagens você faria amizade, com quais teria um romance de verão, e com quais se casaria.

Sinto em lhe dizer que, os personagens vão se casar apenas entre eles. Sendo assim, seus delírios sobre um romance com qualquer um deles terão que ficar apenas em sua mente (ou pode até compartilhá-los conosco, se quiser, e se eu não tiver tocado em uma ferida muito dolorida).

Sem mais delongas, vamos ao capítulo. Finalmente, chegamos à:

EXPLICAÇÃO DO CASO BRAGANÇA - PARTE FINAL

Qual parte o leitor quer saber primeiro?

1. Como toda a questão com relação à investigação da morte dos pais dos Bragança foi resolvida por Ana Francisca, ou

2. Como foi que os mais velhos, André e Augusto, junto com Nicolas e Henri ficaram tão ocupados com outro assunto, e que assunto foi esse capaz de desviar a atenção deles da investigação?

Bem, eu vou começar pelo ponto de número dois, por uma questão de manter o suspense e mistério. À essa altura, leitor, já deve saber que eu amo deixá-los no suspense por mais um tempinho.

Mas não apenas por isso começo por essa história, e sim porque faz todo o sentido contá-la antes, considerando que Ana Francisca jamais teria conseguido resolver tudo sozinha se não fosse esse acontecimento em específico, que foi:

2. HARRY, O GÊMEO

Sim, um gêmeo seria capaz de causar tamanho furdúncio se esse gêmeo fosse Harry. Para se ter noção, leitor, aos doze anos de idade o garoto já tinha assassinado ao menos três ratos de estimação, um gato e até mesmo uma coruja, apenas por diversão. Ele não era para brincadeira.

Henri sempre achou que a loucura fosse coisa de família, já que sua mãe também não batia lá muito bem das ideias, e o pobre rapaz tentou de todas as formas fugir desse destino cruel. Ele não se interessava por teatro, não queria viver na corte da Rainha, e às vezes até pensava que não se interessava por Direito e pela Advocacia também. Tudo o que fez foi fugir de seu irmão e de sua família louca, e de repente o Brasil parecia um bom lugar para se refugiar e também pouco provável de fazê-lo ficar louco. Louco como Harry.

O único que sabia detalhes a respeito desse gêmeo era André, e ele temeu o fato de o rapaz estar ali, no Brasil, procurando pelo irmão.

Cabe aqui trazer uma conversa que aconteceu no navio, na vinda para o Brasil:

— Eles estavam procurando por você. — Henri encontrou André no bar. — Não precisa dizer nada, eu sei que está recluso porque não esperava perder seus pais dessa maneira. Eu só... estive pensando.

André girou o copo e encarou o amigo, como se quisesse dizer que estava ouvindo.

— Carlos estava falando a respeito de quem poderia ter feito isso, e como você disse, as pessoas poderosas no Brasil são praticamente intocáveis. — Henri não gostava de enrolar então foi direto ao ponto — Se a justiça não vai punir quem quer que tenha feito isso, eu sei o que deve estar se passando pela sua mente. Tenho uma vaga ideia de como pretende resolver essa situação.

André assentiu com a cabeça, indicando que ele estava certo.

— Então eu vim oferecer a minha ajuda. — Ele revelou, enfim. — Se estamos falando em matar alguém como o Prefeito de uma cidade ou o Governador de um estado... ou um criminoso cheio de dinheiro... então é melhor que você não precise sujar suas mãos no solo do país em que nasceu.

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