239° capítulo

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Malu.

Era de manhã cedo. Passei a madrugada como todas as outras dessa semana, eu e meu pai fazendo lanche da madrugada.

Eu não fazia ideia de como seria morar com a minha e deixar o meu pai.

Está sendo estranho.

Já chorei tanto.

Tipo... Era isso que eu queria... Mas não desse jeito... Tem uma mulher atrás de mim, preciso pensar que é uma pessoa qualquer.

Mas eu queria vim dormir aqui e voltar pra casa do meu pai, por que é lá que eu moro, é lá que estão todas as minhas coisas.

Ouvi um barulho no corredor e em poucos segundos a porta foi aberta... Aquele rosto.

Era a minha mãe.

- bom dia meu amor. - ela entrou e fechou a porta e eu olhei pra ela me sentando a cama.

- bom dia mãe. - sorri, como era bom dizer isso fora da minha cabeça.

Ela veio até mim, se sentou na cama virada pra mim e tocou minhas pernas.

- esperei tanto por isso, assim como Maria... Esperei tanto por vocês. - sorri feliz. - e sei que é apegada com o seu pai, admiro isso muito, não vou te tirar dele tá bom? - deu carinho no meu rosto e concordei, ficando triste. - tudo bem? - concordei fraquinho.

- é que... Quando eu saí daquele lugar... A primeira pessoa que vi foi Maria, Henrique... E logo depois fui morar com o meu pai... Ele passou noites acordado cuidando de mim por que eu tinha pesadelos horríveis... Eu achava que eu ia acordar com alguém... Em cima de mim. - minha mãe fez uma cara e me abraçou logo depois, abracei de volta, forte.

- eu sinto muito por tudo isso. - não saímos do abraço. - a culpa não é da sua vó. - saímos do abraço. - sua vó fez essas dívidas antes que eu tivesse idade pra ter filhos... Mas ela quem procurou por isso... E vocês cresceram longe, em um lugar horrível. - respirei fundo. - você comia? Você tinha onde dormir? - olhei pra baixo.

- não podíamos comer, só a noite... Quando... Aqueles homens...

- tudo bem... Não precisa dizer. - sorriu pra mim. - e... Mari era como? - ela sorria mas com os olhos tristes.

- era uma mistura de mim e Maria, mas ela era muito mais durona e... A favorita daquela mulher. - minha mãe se levantou da cama com a mão no peito, parecia angustiada.

- Maria me falou isso... - fiquei mal.

- saiba que ela sempre quis te conhecer e te imaginava loira mas eu convenci ela de que você não era. - ela me olhou e sorriu.

- amo vocês, amo a Mari, amo Maria... Amo você meu amor. - se sentou na minha frente outra vez e me deu carinho. - não sou a melhor mãe do mundo, eu tento... Mais uma coisa você pode ter toda certeza... Eu sempre vou estar do lado de vocês. - agora quem a abraçou fui eu, forte.

- você é a melhor mãe do mundo, nunca duvide disso. - ela me deu um beijo e logo a gente levantou.

Ela me ajudou a escolher uma roupa, falando que queria acordar Maria mas que talvez o Henrique estivesse cansado e eu falei que ele trabalha muito.

Minha mãe disse que o ama por cuidar tão bem da Maria e eu falei que eles são muito fofos juntos.

Aí descemos e minha mãe pediu pra fazerem café da manhã bem caprichado com as minhas torradas e geleia de morango e eu ri.

Era 08:30.

Conheci Adam, ele é o mordomo da casa e disse estar tão fascinado como eu e Maria somos iguais mas ao mesmo tempo cada uma tem um jeitinho diferente.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora