249° capítulo

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Melissa.

- oque temos? - perguntei chegando no corredor do hospital.

Dei um dos dois cafés que trouxe pro Fernando.

- os médicos disseram que á 25% de chance dele acordar do coma. - disse Fernando e um de meus colegas me mostrou o prontuário médico.

Lesões no crânio...

Li.

Não era pra menos que ele estaria tão mal assim.

- 25% é quase nada. - digo.

- estão fazendo oque podem. - a cara de Fernando não foi a melhor possível. - lá vem o Dr. - apontou com a mão que segurava o copo e olhei.

Natan..

- detetives. - nos cumprimentou e mesmo ele me olhando, tentei disfarçar o olhar. - bom, os exames dele ficaram prontos. - me entregou alguns papéis e eu peguei eufórica, entregando meu café pro Fernando.

Rolei os olhos pelas folhas.

- ele é portador da AIDS? - olhei pro Natan que concordou.

- precisamos da família dele aqui também. - falou.

- ele pode morrer?

- ele se trata, ele é saudável, mas um coma, nessas condições prejudica muito. - respirei fundo indo até a janela do quarto e olhando pro homem. - entendo que ele seja importante pra você nesse caso...

- nesse caso? Natan ele sabe onde tá Mariana! - ele ficou espantado. - ele sabe onde é essa casa!..

- Melissa... Calma. - disse Fernando me tocando.

- eu vou fazer o possível. - disse ele e me senti com falta de ar.

- quero que localizem a família dele, toda família, filhos, mulher, pais, irmãos, tios... Tudo, eu quero tudo sobre ele! - falei e logo sai andando.

Parecia que o ar não entrava dentro do meu corpo, parei ainda no mesmo corredor mas afastado deles e me apoiei na parede.

O ar não entrava nos meus pulmões!

- Melissa. - era Natan. - calma, aqui. - me deu uma máscara de oxigênio e me sentou na cadeira.

Tinha várias pelo corredor todo e eu peguei de sua mão no maior desespero.

- antes de mais nada precisa usar a máscara. - tirou uma do bolso, aquelas descartáveis de médico. - eu sei pelo que tá passando. - eu não conseguia dizer nada além de respirar fundo naquela máscara. - posso ter ficado longe e posso não ser o pai da Maria... Mais eu amo vocês tanto. - eu queria dizer algo, queria. - se tivesse confiado em mim, hoje estaríamos vivendo em qualquer lugar que quisessem.

E Maria nunca teria conhecido Henrique e eu nunca voltaria pra conhecer Maria Luísa.

- tô dizendo que ainda quero ajudar... Não vamos fugir mas estamos nessa juntos. - tocou a minha perna sentado ao meu lado.

Seus olhos... A barba... O cabelo... Queria beija-lo!

- eu vou fazer de tudo pra te ajudar. - tirei a máscara de oxigênio do meu rosto me sentindo um pouco melhor.

- desculpa por ter ido embora sem dizer quase nada.

- a última vez que nos vimos eu estava te dando a hora do óbito... Não pude dizer o quanto te amava. - engoli em seco com uma cara triste. - sei que tô sendo meloso e dizendo isso do nada mais... Eu sempre te amei e você sabe, eu ligava sempre quando você foi fazer a faculdade... Tava voltando e... Do nada precisei fazer um documento de óbito pra você. - sorri fraquinho. - e Maria? Onde ela tá? E... Agora tem a Maria Luísa. - riu e fiz o mesmo.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora