264° capítulo

823 112 75
                                    

Maria Clara.

- eu vou colocar esse. - disse Mari.

Ganhamos roupas da Alessandra, ela comprou pela internet e só chegou agora. Algumas eram muito iguais e eu adorei ficar combinando com elas.

Descobri também que a minha mãe errou nas cores que gostamos, pelo menos na da Mariana. Eu gosto de rosa, Malu de um roxinho mais lilás e Mari de verde água. Tudo que tenha verde água ela olha e diz "uau".

Sem brincadeira.

Tem uma xícara bem pequena meio que de enfeite na cozinha por ninguém usar e é verde água e vem com um pratinho em baixo, Mari sempre que vê diz "uau".

Eu adoro ver ela fazer isso.

Desci pra beber água e deixei elas lá em cima, elas sabiam que tinham que dividir as roupas e que as minhas eram um número maior que o delas.

- mamãe. - ela conversava com uma de suas amigas.

Ao total não tem mais tantos adultos como antes, são 4 mulheres e 3 homens, tirando eu, minhas irmãs e as crianças.

Antes tinha mais mas a maioria voltou pro trabalho.

- oi meu amor. - disse ela por fim.

- podemos conversar? - concordou.

- claro. - ela não é tão má.

A gente foi pra outro canto da casa.

- fala meu amor, tá tudo bem? - semana passada, quando Malu e Mari falaram sobre aquilo de eu poder estar grávida, não tirei mais isso da minha cabeça. Câncer não é então eu poderia parar de pensar isso e começar a me cuidar mais. Porém tive que começar a comer mais do que bem já que Malu disse que doce não interfere em nada se a pessoa tiver câncer, a menos que seja um câncer avançado, e comer doce em excesso na gravidez traz enjôos constantes. Porém ter um bebê dentro da gente te faz vomitar o tempo e Malu disse que pode ser oque eu como. Experimentei tirar algumas coisas do meu cardápio diário e funcionou, eu vômito menos.

- é que.. - comecei. - você lembra do homem da Holanda? - concordou. - e... Você disse que não tinha problemas se eu me relacionei com ele.

- sim, falei, você já é grande... Mais ele não tem 25 anos pra cima né? - penso.

- não. - digo. - ele tem... Dezoi.. nove. Dezenove. - ela sorriu.

- então tudo bem meu amor. - tocou o meu cabelo. - e oque você quer dizer com isso, ele tá vindo pra cá? - o jeito inocente dela, não queria me aproveitar mas eu faria isso.

- bom, o meu carregador estragou e eu queria muito poder conversar com ele... Mamãe você já amou? - sorriu.

- eu amo.

- então sabe como é ficar longe... Ele é a melhor pessoa do mundo... Só quero poder dar boa noite pra ele. - Alessandra ficou comovida, não parecia nada com aquela mulher que matou crianças e as vendeu para estupro.

- você quer falar com ele? - concordei eufórica.

- mais o assunto não é só esse.

- então me conta, sabe que pode contar comigo sempre. - me deu carinho.

- a gente... Transou. - concordou normal prestando atenção.

- uhum.

- e... Não usamos a... Camisinha.. - fiquei com medo mas ela sorriu. - mamãe não sorri eu tô com medo.

- filha, tô tentando ser o tipo de mãe que não vai te xingar e eu não quero... Olha, estar grávida aos 16 anos é sim muito cedo, mas você tem a gente, sua família. Oque não vai te faltar é amor. - sorri, lembrando da minha família de verdade.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora