324° capítulo

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Ben.

- a polícia identificou o corpo da criança que foi achada em uma floresta nesta quinta-feira por um grupo de adolescentes que estavam indo acampar. O corpo estava marcado por espancamento e violência sexual. O nome da criança, Melissa Perez, natural da Argentina mas que foi sequestrada aqui no Brasil em agosto de 2017, ainda é um mistério para polícia, tudo por que não há nenhuma queixa do seu desaparecimento. O caso segue sendo investigado e mais informações no jornal da noite. Sabrina... - quis vomitar.

- por que um ser um humano faz isso com uma criança tão pequena? - Diana, pronta pra sua viagem pra Nova York, estava sentada no sofá retocando a maquiagem.

Minha irmã vai com ela.

- aiai. - se levantou. - Ben. - parou antes de sair da sala. - vá tomar um banho, reage. - saiu andando e eu engoli em seco, sentindo o gosto ruim na minha boca.

Não esconvei os dentes ainda.

Por mais que eu tente engolir tudo que vi como se fosse meu dever, eu acho que não consigo viver com isso preso a mim.

Todo dia, toda noite, não importa a hora, eu penso nisso.

E pior... Imagino... Imagino todo o ato.

Meu pai lá em pé, com aquele corpo de atleta meio forte e... Uma...

Senti vontade de vomitar e fui correndo pro banheiro mais perto, o lavabo.

Vomitei tanto que me senti fraco e tive que me sentar no chão.

Era impressionante o que uma pessoa pode causar na outra.

- o que está fazendo aí? - meu corpo ardeu. - vamos, vai perder sua sessão. - engoli em seco.

- eu não quero ir hoje. - me levantei e dei descarga, indo lavar as mãos.

- ah.. - começou. - então posso ligar pra Melissa e dizer que você terminou com a filha dela por que eu achei melhor. - meu coração acelerou, não pelo fato dele dizer que vai fazer isso por que ela não vai acreditar nele.

Mas pelo fato dele saber quem são elas... Isso me dá medo.

- eu tô bem tá legal, e não quero ir.

- eu não ligo! Eu estou mandando, você mora de baixo do MEU teto... Idiota. - me olhou com desdém e saiu andando, no seu terno ridículo.

Apertei o punho ao máximo que consegui pra conter a raiva e só respirei fundo, subindo pro meu quarto.

Tomei um banho por que eu prefiro ir do que saber que ele ousou lugar pra Melissa.

Lavei o cabelo, hidratei como tive vontade e penteei da pior maneira, precisa cortar, não estava mais bonito como antes.

Depois que sai escovei os dentes, hidratei o rosto com um creme que Mariana deixou aqui.

Na verdade ela deixa tudo aqui, se eu contar tem umas 7 calcinhas na minha gaveta de cuecas.

E mesmo eu ficando excitado toda vez que vejo, na hora me lembro que posso gozar... E isso me lembra outras coisas erradas em coisas erradas, momentos errados e com pessoas erradas.

É igual broxar, só que eu tenho um enorme motivo pra isso.

Coloquei uma roupa qualquer que me deixasse elegante e tirei uma foto pra mandar pra Mariana.

Antes coloquei alguns acessórios de sempre.

Passar uma boa impressão pro meu terapeuta, ajuda ele a não me achar um louco.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora