280° capítulo

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Maria Clara.

Hoje era terça, um dia depois do ocorrido que eu presenciei.

Estávamos na escola já e daddy julgou o meu humor como fase da gravidez.

Sim, não falei pra ele oque vi.

E sim, eu tinha medo!

E se ele denunciasse Daniel? Ou saísse no soco com ele? E se Daniel matasse daddy ou machucasse ele?

E se no final daddy estivesse todo mal em casa de repouso e Mari estivesse dando pro professor ainda?

Do que adiantaria os esforços do daddy? Que só queria protegê-la igual a nossa mãe faz pra ela ficar se esfregando com o professor?

E ela nem deu um pio ainda. E ontem passamos o dia juntas, ela no quarto dela e eu no meu e ela não falou nada!

A mente dela tá limpinha.

- corrigi as provas ontem, a grande maioria foi mal. - eu estava na aula dele, com todos aqueles alunos igual ontem.

Mari estava no fundo novamente.

- tivemos cinco alunos que tiraram A, desses cinco, todos são ótimos nas minhas aulas, prestam atenção, não conversam, o caderno é excelente... Mas o resto. - mexeu as folhas. - aqueles que ficam conversando, rindo, o caderno nem sai da mochila... Esses tiraram bem menos do que a média. Fico me perguntando... Por que os pais pagam uma fortuna por ano pro filho preguiçoso deles ficarem sentados sem dar o mínimo pro futuro? - ele não pode falar assim. - acham que vão herdar a fortuna dos pais e é isso? Por serem ricos acham que é assim? - ninguém dizia nada. - vocês são preguiçosos, burros e incompetentes quando se trata de estudar... Festinha, sexo, bebedeira, nisso vocês são bons por que o resto... São horríveis. - ele tá louco?!

Os alunos ficam quietos? Isso pode dar um processo bem grande!

- João Pedro, Luiz, Carlos Antônio, Gabriela e Maria Clara. Podem pegar as provas com um A. - eles se levantaram menos eu.

Eu não vou.

Eu odeio esse professor, eu odeio oque ele fez ontem!

- Maria Clara. - só faltava a minha ali. - não vai vim...

- eu usei o caderno e o meu irmão fez o resto da prova. - digo interrompendo ele. - talvez eu faça parte dos burros e incompetentes dessa sala, daqueles que só estão aqui por que tem pais ricos pra bancar a melhor escola. - ele não disse nada e eu me levantei. - mas pelo menos eu não sou uma aluna puta. - ouvi cochichos e peguei a minha mochila. - ou um professor que vai ganhar um processo por transar com mais de 10 alunas. - sai da sala, brava.

São os hormônios? Eu não faço ideia! Mas eu me senti muito melhor.

Até sorri.

- Maria! - era a voz da Mariana, continuei andando.

- você tá louca? - ri me virando.

- eu não, eu sou bem normal. Eu faço tudo normal, eu venho pra escola pra estudar e não pra..

- então eu sou a puta da escola? Tá incomodada por que eu transei? - não falei nada. - foda-se que ele é um professor, eu gostei! E eu farei de novo e a minha vida pessoal não tem nada a ver com você! - ela saiu andando. - e como é ser irmã de uma puta? - disse me olhando mas logo voltou a andar.

Pensa no ódio.

Na vontade de gritar pra todo mundo oque eu vi!

...

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora