237° capítulo

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Malu.

Me acordei cedo, mas hoje eu não iria pra escola, meu pai não deixou... Talvez pela ligação de ontem.

Sorri, passando geleia na minha torrada.

Sendo ou a minha mãe, já imagino tantas coisas, por exemplo, a gente ligando e conversando, indo ao shopping... Se abraçando.

Abraço de mãe deve ser tão bom né?

E as roupas dela? Queria ver o seu armário, seus saltos...

Aah.

Ter mãe deve ser muito bom.

A campainha tocou e me assustei, porém fui rápido atender a porta por que meu pai estava dormindo e eu não queria acorda-lo.

Quando eu estava abrindo a porta percebi usar calça de pijama, uma regata, estava com um coque flouxo caindo e a torrada na mão.

Ah claro, pra ajudar meias de coelhinho rosa.

- é... Oi. - era um homem.

- Maria Luísa? - concordei andando devagar pelo jardim.

O sol tava forte e ardeu meus olhos.

- isso aqui é pra você e isso... - ele procurou na sua bolsa.

Era o carteiro... Ou pelo menos parecia.

- isso para... Álvaro Pavanelli, ele mora aqui certo? - concordei abrindo o portão.

- sim. - digo ainda confusa. - é, por algum acaso você sabe quem mandou essas coisas? - ele sorriu gentilmente.

- me desculpa moça, eu só entrego, as únicas coisas que constam nos endereços, são quem mandou e quem receberá. - concordei entendendo. - vou deixar aqui pra você conseguir levar um por um.

- é.. claro. - dei espaço e ele colocou tudo ali. - o trabalho nesse condomínio começa cedo né? - deu uma risada e olhei em volta.

Todos pra quem olhei pararam de me olhar.

Um cuidava da árvore, outro varria o asfalto, tinha um jardineiro e alguém concertando algo no poste.

- é.. - dei um sorriso forçado.

- então é isso, tenha um bom dia.

- pra você.. também. - eu estava confusa mais ele foi embora pra próxima casa.

Tinha pessoas demais em frente a minha casa e na dos vizinhos.

No mesmo horário? São oque?... 7h da manhã?

Mais eu levei a torrada pra dentro e voltei pra pegar aquelas coisas.

Eram duas caixas, não tão grandes, eram pequenas. Essas eram minhas.

As do meu pai eram cartas e um envelope.

Na sala, após fechar a porta e trancar o portão claro, eu comecei pelas cartas do meu pai.

Para Álvaro.

Estava escrito a mão.

Mas não abri, porém fui pra cozinha por que eu estava com fome.

E enquanto eu comia a minha torrada e bebia o meu Nescau quente e nada doce, abri a primeira caixa.

Tirei o papel fino que cobria oque estava em baixo e meus olhos lacrimejaram quando eu vi o que tinha ali.

Eram fotos... Uma pulseira de bebê com o meu nome.

Peguei a cartinha antes de ver o resto.

Está foi a primeira coisa que dei a você, e a última coisa que me sobrou todos esses anos. Ter tido você foi uma das melhores coisas que fiz de bom, mesmo nova eu estaria disposta a lutar por vocês três... Então não perca essa pulseira, é importante pra mim e estou entregando a você para provar que a amo e que confio que um dia vamos nos encontrar pessoalmente.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora