• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2

265° capítulo

Maria Clara.

Respiro fundo com medo, muito medo.

- oi mocinha. - sorri. Estávamos em uma clínica particular.

- oi. - mesmo de máscara eu via o carisma dela. 

- me disseram que você acha que está grávida, isso? - concordei com receio. - sei que você tem 16 anos, mas faz as coisas com responsabilidade? Foi com seu consentimento? - concordei na hora.

- sim, e sempre tomei o anticoncepcional.

- hum, que bom, temos que nos cuidar. Vou pedir pra você deitar nessa maca e levantar a blusa. - ela era muito querida. Fiz isso.

Eu ia fazer uma ultrassom.

- sua mãe disse que quer saber o sexo do bebê, se você preferir eu posso dizer somente a ela pra você descobrir mais tarde. - penso.

- não, acho que eu ficaria muito ansiosa.

- ah, toda mãe fica... Mas vamos ver, só estou dizendo isso por que caso você esteja grávida, eu já falo na hora. - concordei.

Ela passou aquele gel gelado na minha barriga e eu senti frio, mas esperei ansiosa.

Alessandra não pôde entrar por que além do covid e essas coisas de aglomeração, ela tinha um telefonema a atender.

- humm.. - murmurou pra bom.

- tá tudo bem? - sorriu.

- tá, até demais. - sorri. - posso dizer? - respirei fundo.

- tá... Calma. - riu.

- olha, fica relaxada.. - suspirei com alívio.

- tá bom, pode dizer.

- você tá grávida, pelo tamanho, tem três meses, vai entrar no quarto fazendo as contas. - meu deus.

- e... É oque?

- uma menina. - ah meu deus. - parabéns mamãe. - eu comecei a chorar e a rir.

Uau... É... Aaaah.

Quando ela terminou e me orientou ao que comer e fazer, eu prestei muita atenção, aí saímos da sala e Alessandra ficou muito feliz com a notícia, mas me levou pra outra sala onde fiz um exame muiiito estranho.

Primeiro era com um aparelho que nunca vi, depois um raio-x completo.

E quando eu saí, Alessandra estava chorando.

- mamãe oque foi? - eu fiquei com medo.

- filha eu sinto muito. - me abraçou forte e fiquei com medo.

- oque? - ela me soltou e colocou a mão no meu rosto.

- você... Tá com câncer. - paralisei mas senti meus olhos se encherem de lágrimas. - vou pagar o melhor tratamento, você vai ter os melhores médicos, eu vou cuidar de você.

- mais... E o meu bebê?

- ele vai ficar bem. - não..

- câncer onde?

- vamos pra casa filha. - começamos a andar.

- mamãe, câncer onde? - parei de andar e ela se virou.

- no estômago. - mentira.

- igual a Sa? - isso a deixou esquisita.

- é... Mais uma filha com câncer. - ela voltou a andar e eu a segui de vez.