Micheli.
A máscara me impedia muito de respirar.
Olhava pro teto branco da sala enquanto sentia minha barriga tremer pelo gelo do gel.
- está maior e saudável. - fechei os olhos. - gostaria de vê-lo? - abri os olhos e olhei pra médica.
- é.. não obrigada. - ela ficou um pouco espantada.
- como dever de obstetra... Temos ótimas instituições de acolhimento. - respirei fundo. - você está em um estágio da gravidez, onde abortar já não é mais uma opção. Seu bebê está grande de mais para ser expelido. - que tipo de pessoa eu sou?
Sou a favor do aborto mas... Eu não tenho coragem de fazer isso, que tipo monstro eu sou?
O erro foi meu e a culpa é de um bebê?
- por favor tire isso de mim. - me referi ao gel e tentei ficar calma mas não era tão fácil.
Ela tirou o gel da minha barriga e eu baixei o meu moletom, me sentando.
- se quiser pensar sobre.. - me entrou um panfleto. - não estou dizendo que não é capaz de criar uma criança, mas caso você não tenha mais interesse nesse bebê, pense nisso, ou se não, pode voltar aqui e te encaminho para o andar onde trabalhamos com barrigas de aluguel. - olhei pra ela.
- dar o meu bebê a dois pais? - concordou normal.
- há muitos pais que não podem ter filhos... Pais gays, mães lésbicas... Ou apenas mãe ou pai. - suspirei. - você tem um bebê saudável crescendo dentro de você, embora você precise de mais gordura, procure comer alimentos saudáveis mas que contém gordura. - respirei fundo novamente.
Lá em casa não tem comida assim, mamãe morreria se me visse comendo algo assim.
- e dar o meu bebê significa... Ficar longe?
- bom... Você basicamente só seria a pessoa que carrega o feto, quando ele nascer irá para os pais legais, que será quem você escolher e der um documento para assinar. - bons pais... Pais que não colocarão limites, principalmente sobre oque comer. - pense nisso, você tem o meu número e sou mais que sua obstetra, sou sua amiga certo? - concordei. - converse comigo se não tiver mais ninguém pra conversar. - concordei.
Quando sai do consultório, vi que estava atrasada pra aula então tentei ser o mais rápida possível.
Tive que pegar o trem...
É uma sensação tão gostosa andar de trem. Eu nunca andei, não posso aliás.
Mas a vista que me fornecia... Nada se compara a isso.
E cheguei rapidinho na escola.
- pode passar. - disse o "check-up", é assim que chamamos o homem que fica todo dia na entrada checando a nossa temperatura e fazendo um teste rápido pro covid... Que ultimamente não tem mais por não precisar, mas acho que precisa sim.
Fui pro meu armário e ao abrir vi a caixa de barrinhas de cereal. Que comprei semana passada por que o café da manhã lá em casa é shake nutritivo e uma maçã e ultimamente sinto uma fome inexplicável.
Na internet dizia que barrinhas de cereal para grávidas é recomendado, mas precisa ser bem específica e na internet estava recomendado essa, então comprei escondido e trouxe pra cá. Assim posso comer toda manhã.
A escola "acha" que estou grávida, por que esse boato surgiu quando eu comecei a engordar, aí a bocuda de uma das minhas amigas contou pra alguém que espalhou pra escola... Porém minha mãe desmintiu isso e eu também fiz isso.
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• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2
Fanfiction⚠️ PARTE DOIS DA HISTÓRIA POR CAUSA DO LIMITE DE CAPÍTULOS. ⚠️ NÃO ACEITO MAIS ADAPTAÇÕES. 💜🧚🏻♀️ +16|| - Daddy. - falou a menor com a voz de sono. - o que foi, princesa? - falou o homem com a sua voz grossa. Maria Clara, uma garota com infantil...