296° capítulo

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Mariana.

Revirei os olhos e cruzei os braços.

Hoje tem sangue saindo pela porra da minha buceta e a treinadora não me deixa ficar de fora, ela quer que meu absorvente saia nadando na água? Ou que o sangue simplesmente manche a água da piscina?

Sua maluca.

Agora me recuso a entrar na piscina e não irei.

Jasmin não veio hoje mas vi ela, estava coberta por roupas novamente.

Eu não entendia que automutilação era algo que te deixava "aliviada", oque tecnicamente é algo idiota.

Você tá mal e se machuca?... Tipo???? Isso cura? Cura 100%? E se não cura então por que se cortar?

Porém quando eu abria a boca pra protestar, todo mundo me dizia que eu estava errada e que deveria entender o lado de quem faz isso.

Mais???

Isso é ridículo.

Porém eu não posso dizer isso a Jasmin mas ela se corta e já tentou até se matar.

Sua vida deve ser terrível pra ela querer fazer isso.

A minha foi e eu tô pouco me fudendo.

- sabe por que não te deixei ficar no banco hoje? - não olhei pra ela. - por que chega atrasada em todas as minhas aulas, depois vem com milhares de desculpas pra não entrar na água e hoje me diz que está menstruada depois de ouvir uma de suas colegas dizer isso. - olhei pra ela.

- oque?! Tá falando que tô me fazendo?

- parece, você não mostra entusiasmo em minha aula... Aliás, em nenhuma, na reunião de professores todos reclamaram disso em você. - eu queria berrar com ela.

- esse é o meu primeiro ano na escola, e se quer saber... Sua aulinha é muito chata, nadar pra que? Eu serei uma nadadora profissional que vai participar das olimpíadas? - ela suspirou me olhando. - acho tudo isso chato, todas as aulas, os professores, os alunos... Principalmente ter que colocar um maiô e ficar ouvindo as piadinhas dos meninos, por que eles te assediam e ainda riem, como se eu fosse uma piada pra eles. Estou menstruada sim, você quer ver o meu absorvente? - ela ficou me olhando brava.

- saia da minha aula. - disse normal com cara de má.

- com prazer! - sai andando, de maiô e com a toalha na cintura.

Que ódio.

Fui pro vestiário muito brava e só estava eu ali... Queria socar algo, queria... Argh!

Me vesti na força do ódio, ficando de meias e prestes a colocar os tênis mas eu só queria sair dali logo que os peguei na mão e sai andando.

Que nojo! Que ódio!

Eu odeio essa escola!

- põe o tênis princesa, vai ficar doente. - parei de andar.

- você disse oque? - perto do vestiário feminino tem a sala de jogos... Lugar de todos os alunos mas território dos meninos, e alguns sempre ficam do lado de fora.

- não mexe com ela que ela é a estressadinha das trigêmeas. - os três riram.

- ah é, depois da infantil e a nerdzinha. - minha mochila só escorreu do meu ombro e o meu tênis caiu no chão, eu fechei a mão e com toda a minha força acertei o primeiro menino no rosto, que foi o primeiro a dizer algo.

Ele tonteou e quase caiu no chão, o empurrei pra ele cair de verdade.

- repete! - subi em cima dele o socando. - seu merdinha! - eu não senti nada ao meu redor, só o contato do rosto dele no meu punho a cada movimento rápido que eu dava.

• ʙᴀʙʏ ɢɪʀʟ 2Onde histórias criam vida. Descubra agora