Capítulo 8

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Tudo aconteceu rápido, tão rápido que eu não acompanhei com clareza.

Bruscamente eu me soltei de Yan e virei para trás.

O amontoado de pessoas que assistia os reencontros, abriram espaço e eu finalmente pude ver.

Um deles tinha passado por nós, como Jonah tinha feito, e estava parado exatamente atrás de Hyelim.

Ela não se mexeu, os pequenos movimentos mostravam apenas seu corpo tremendo e se esforçando para segurar o choro em olhos marejados.

E então, tudo ficou, dolorosamente, em câmera lenta.

O monstro, sem piedade, abocanhou seu ombro. A fazendo, além de sentir, assistir a cena a milímetros de distância e gritar de agonia.

Hyelim foi mordida.

Hyelim foi mordida

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Hyelim. Foi. Mordida.

— HYELIM — soltei já correndo até ela, tropeçando entre os corpos no chão com a visão embaçada.

Não consegui pensar no que fazer, eu só queria afastá-lo dela, parar a sua dor!

Então, com a palma da minha mão, eu empurrei o rosto medonho na altura de sua testa, mas ele tinha cravado os dentes de forma certeira na carne dela e os enterrava cada vez mais.

Vamos! Largue!

Desesperada, precisei colocar mais força enquanto ouvia minha amiga berrar de dor e, quando, finalmente, consegui o afastar e tirar os olhos do rosto espremido em dor de Hyelim, vi que ele havia levado entre os dentes parte de seu ombro.

Uma parte grande.

— NÃO, NÃO, NÃO! — eu o assisti mastigar horrorizada, com os olhos a transbordar nojo e desespero.

Ele engoliu, e doeu profundamente porque eu sabia exatamente o quê.

Hyelim já não tinha mais forças para gritar e a ouvir ranger em agonia era ainda pior. Seu corpo pesou contra mim e em reflexo a segurei, mas durante o processo larguei a ferramenta que ainda segurava.

O monstrengo insistente avançou novamente até nós e tudo o que consegui foi empurrá-lo com um única mão.

Era o Sr. Rodriguez, nosso professor de literatura.

Mas Hyelim pesava cada vez mais em meu braço, soluçando entre o choro, gemendo e eu só consegui empurrar o Sr. Rodriguez mais uma vez antes de cair amortecendo o corpo frágil de Hyelim.

Com a visão embaçada, vi Yan rapidamente passar por nós e lidar com o Sr. Rodriguez.

Finalmente, pude voltar minha atenção a ela, mas não consegui engolir ainda mais o choro.

— Lim... — a chamei. — Lim, por favor...

Notei seu rosto se contorcer acentuadamente e ela engasgou, atrapalhada entre o choro e uma tentativa de fala. Meu coração apertou.

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