DEVIR

Capítulo 49

Durante o percurso até o refeitório, eu me peguei curiosa com a visita inusitada de Josh a uma biblioteca de ensino médio, então o questionei sobre.

— E o que você achou da biblioteca? — eu o olhei dando passos curtos e ritmados.

— É... bonita? — ele embolou sua resposta e eu ri.

Tudo bem que ele estava usando a sala de esconderijo e certamente concentrado com o que acontecia do lado de fora, mas porra.

Ele tem dez anos e estava saindo do primário! O que ele tem? Cinquenta por cento de chance de saber como o ensino médio é uma merda? Até nós conseguirmos sair daqui, se nós conseguirmos sair daqui, ele não vai aprender mais nada?

— Sei lá — continuou meu irmão. — Eu vi umas imagens bem legais.

— Como é, Joseph?

Onde? Onde eu errei? Esse menino é realmente meu irmão? Eu espero que não!

— A minha vontade é te colocar para ler todos os livros de cada prateleira daquela biblioteca! — eu o ameacei, mas ele riu alto sem parar de andar.

Que ele pense que é apenas uma brincadeira por enquanto. Logo, Josh vai estar estudando integralmente, como deveria!

— Tá bom! — Ele desdenhou e, entre as risadas, adentrou o refeitório.

A única pequena fração de bom humor no lugar, irradiava de Josh.

Dentre muitas mesas vazias, uma superlotada, tanto de pessoas como de carrancas enraivadas.

Ava era a única em pé, se balançando ansiosamente. Dener, com olhar altivo e postura curvada sob a mesa, encarava Yan altivo, enquanto os demais assistiam indiferentes ao incômodo do meu amigo.

Os pratos sujos recém usados ainda estavam no centro da mesa. São caras bem feias para quem acabou de comer, mas o que diabos Dominic Bjorn está fazendo ali?

Merda!

— Essa intervenção é ridícula! — eu apressei o assunto. — Vamos pular para as informações importantes!

— Não, não, não! — o xerife cantarolou. — Não tão rápido, mocinha!

— Não é brincadeira, Dener! O centro está cheio de monstrengos e eles parecem mais espertos!

— Oh, aqui também estava cheio de monstrengos! — Haven ironizou. — Mas, vamos lá! Explique o "mais espertos"!

— Eles usaram a maçaneta de um carro! Abriram uma porta! — Yan explicou por mim.

— Por que essa surpresa? Eles já fizeram isso antes! Vocês dois saíram às escondidas! — Dener gritou em acusação. — E eu quero saber o porquê!

— Nós não somos seu departamento policial, xerife! Ele está vazio! Mas nós trouxemos suprimentos e informações! — eu o respondi

Dener apoiou as mãos na mesa em um bater e levantou de uma vez, ainda mais irritado.

— POR QUÊ? — ele repetiu. — Que informações são essas? Alguma que nós não tenhamos, infelizmente, visto em uma escala maior que a comum?

Sim, seu chato!

— Validades! — interrompeu Yan. — Nós lembramos que as comidas tem validade!

Instantaneamente o silêncio se instalou no grande salão. Cabeças estavam pensando.

— Claro! — Haven o fez alto. — E se não há mais produção... tudo irá estragar...

— Tudo? — Ava me encarou nervosa.