Ao terminar de comer, eu ajudei Ava com as louças e lembrei das minhas facas. Por sorte, Ava realmente ouve muitas coisas. A menina me contou que Haven as recolheu do banheiro e entregou a Dener, ou seja, estavam com Dener, mas por quê?
A conversa animada dos meus colegas ecoava mais baixa pelo refeitório, o que me rendeu um pouco mais de coragem para me aproximar.
É estranho eu ter fugido dessa socialização?
— Foi mal, gente... — eu me aproximei da mesa, encostando nas costas de Josh. — Mas eu acho que vou roubar esse carinha de vocês!
Eu abracei os ombros de meu irmão, vendo alguns rostos sorridentes com a cena.
— Socorro! Eu não quero ser roubado! — Josh brincou.
— Não vai fazer falta mesmo! — Haven, falsamente, deu de ombros, enquanto Josh reagiu magoado.
— Então pode me levar! — meu irmão se soltou dos meus braços e ficou em pé no banco, esticando seus braços para mim.
— Vem cá, ô pré-adolescente, você não está muito velho para gostar de colo, não? — eu impliquei.
Josh, sorrindo envergonhado, desceu os braços lentamente e pulou do banco.
— Depois reclama que eu cresço rápido! — o pirralho murmurou e eu ri.
— Vamos logo, Josh! Não era você quem queria brincar lá fora?
Josh sequer percebeu mais uma implicância presente na frase. Seus olhos automaticamente brilharam e um sorriso imenso se formou em sua pequena boca.
— É sério? — ele perguntou já empolgado e eu concordei. — O Seth pode ir também? E a Haven? E o Yan?
Você dá a mão e ele quer o braço!
Eu concordei, não quero irmão mimado, mas vai ser bom para ele.
— Tudo bem — Ayo choramingou, ofendido. — Não me magoou, não!
O garoto colocou a mão no peito e abaixou a cabeça, passando a murmurar abafado através da mesa.
— Eu achei que fossemos amigos, mas, pelo visto, eu me enganei! Tudo bem! Nem dói!
Todos na mesa ficaram sérios, apoiando seu teatro e deixando um Josh confuso e culpado.
— Mas eu já ia falar de você! É que são muitos nomes! — meu irmão deu a volta na mesa e apoiou a mão nas costas curvadas de Ayo. — Nós podemos brincar de handebol! Como íamos brincar de handebol sem você?
Ayo ainda fingiu tristeza por mais alguns segundos, antes de, de repente, agarrar meu irmão e enchê-lo de cosquinhas.
— Eu vou te ensinar a ser o camisa 10! — eu ouço Ayo dizer espremido em meio as gargalhadas de Josh.
— Então, vamos? — Haven reforçou e, em uma resposta, recebeu o ruído do levantar sincronizado da mesa.
Eu os acompanhei até o meio do caminho, mas idealizei que vamos ficar mais seguros com minhas facas por perto e, quanto mais rápido eu aceitar isso, melhor.
Sem sequer pestanejar, ou ser interrompida, eu subi em direção à diretoria, onde Ava havia me dito que Dener estaria com minhas facas.
Eu bati duas vezes na porta e, mesmo sem resposta, eu entrei.
Dei de cara com um Xerife aéreo, sentado à mesa com os cotovelos apoiados sobre ela, os dedos entrelaçados em frente a boca e os olhos presos nos meus pertences à sua frente.
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DEVIR
Teen FictionDE.VIR [S.M] 1. Constante mudança. Vir a ser. Tornar-se. 2. Lei geral do universo, que cria, destrói, reconstrói e ensina. Eu li uma vez que o ser humano é desadaptado do mundo. E talvez seja mesmo, por isso está sempre no topo da cadeia. Vida ou m...