Capítulo 39

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Para o pequeno grupo mais afastado, parecia que o clima para jogo havia sumido e havia mesmo, mas meu irmão não parava de sorrir. Eles caminharam até nosso encontro satisfeitos.

— A gente achou melhor... — Yan começou, mas eu o interrompi.

— Sim — eu concordei. — É melhor mesmo.

E, de repente, era como o fim de um típico intervalo. Com os mesmos passos lentos e arrastados, desejando que durasse um pouco mais.

— Se divertiu, JJ? — Yan apoiou uma mão no ombro do meu irmão, o guiando pelo corredor.

— Não, eu acho que preciso de mais! — astutamente, o pirralho responde, nos tirando risos. — Você vai dormir com a gente hoje?

— Verdade — eu lembrei. — Onde você dormiu, Yan?

Yan não respondeu nenhuma das perguntas. Ele sabia que as pessoas ao redor, andando de forma sincronizada, estavam atentas à conversa e que, alguém logo responderia para ele. Talvez alguém em particular.

— Nós abrigamos o sem-teto! — Ayo brinca. — Não tinha muito espaço, mas ele se contentou com o cantinho!

E eu sou atingida por uma pontada de culpa, afinal, eu fui o motivo de Yan ter mudado de sala.

— Ele está exagerando! — meu amigo esclarece. — Foi de boa, não precisa se preocupar!

— Não precisa mesmo! — Seth se mete, com um sorriso brincalhão no rosto. — Ayo fez questão de deixar Yan o mais confortável possível! Deu até lençóis extras!

— Que bondoso! — Haven o acompanha rindo.

— Eu sou um ótimo anfitrião, valeu? — defendeu-se Ayo.

Eu, Yan e Josh acabamos fazendo um tour com todos eles, já que a nossa sala é uma das últimas, nós deixamos cada um na sua em segurança. Desejando boa noite antes mesmo de escurecer.

Mas caímos no silêncio quando nos vimos sós. Josh andava na nossa frente, agarrado ao seu taco limpo, habituado com o lugar e entretido com as paredes.

Eu acabei de viver um bom momento, uma boa lembrança no meio desse caos, mas ainda sinto que foi um dia inútil. Nós não fizemos nada que ajudasse com o fim disso. Os próximos dias, se nós tivermos eles, não podem ser assim. Amanhã não pode ser assim.

— Yan — eu o chamei, antes que pudesse adentrar a sala com Josh. — Espera.

— Eu juro que foi tudo bem, Josephine... — precipitou-se Yan.

— E eu acredito em você — eu disse, o que não ajuda em nada na minha culpa. — Não é sobre isso.

— O que é? — eu assisto a postura de Yan ficar tensa e sua atenção totalmente em mim. — O que aconteceu?

— Na verdade, não aconteceu — eu o respondi. — Ainda não.

— Josephine, no que você está pensando?

— Eu quero te pedir uma coisa...

— A resposta vai ser não, se você continuar enrolando! — ele me apressou.

— Eu vou até a cidade amanhã... — eu comecei, mas fui interrompida.

— Não

Eu suspirei, até ri um pouco. Sabia que seria assim. 

— Você quer que eu cuide do Josh enquanto você está correndo risco lá fora, não é? A resposta é não! — Yan supõe.

— Não, na verdade não — eu o repreendi, mas Yan desdenhou, desacreditado da minha resposta. — Yan, eu quero que você venha comigo.

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