Capítulo 36

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— Será que já tem alguém acordado? — Josh perguntou pela terceira vez e eu ri.

É justo, eu segurei o coitado aqui por duas longas horas.

— Você realmente está com fome, não é? tudo bem, vai lá!

Meu irmão não esperou nenhum segundo a mais, saiu barulhentamente correndo, dizendo que seria rápido, mas eu sei que não será. Então, eu voltei a me acomodar encostada na parede, ouvindo o chiado da chuva lá fora.

Mas não pelo tempo que eu gostaria. Josh acabou de sair e logo a porta foi reaberta por Seth, que receiosamente entrou. Talvez esperando alguma oposição minha.

— O seu irmão está mais elétrico que o normal — ele contou. — Eu acho que é felicidade.

— Mesmo? — eu perguntei abobalhada e Seth confirmou.

Josh estava indo comer, não quer dizer que eu seja o motivo da sua felicidade, mas é bom saber, de qualquer forma.

— E você? — eu assisti Seth atravessar a sala. — Veio contar o que estava fazendo no meu armário?

— Uau! Para alguém com memória ruim, esse foi um ótimo exercício, não foi? — ele sentou ao meu lado, rapidamente, esticou as pernas e cruzou os tornozelos.

— Está me testando, Cohen? — eu o acusei e ele soltou um riso rápido.

— Em minha defesa, foi o Josh! — ele me encarou segurando o riso. — Falando sério, o Dener me pediu para dar uma olhada nos armários, já que a maioria está sem dono e como Josh estava de bobeira, eu o chamei para ajudar.

Seth perdeu o ar descontraído que tinha e respirou fundo.

— Uhum — eu o incentivei a continuar.

— Mas acabei abrindo um que tinha dona. Josh reconheceu o seu caderno e eu reconheci os troféus.

Porra. Troféus?

— Não são troféus — eu resmunguei.

— Exatamente! São o contrário disso! — Seth exclamou. —Então, qual o sentido de guardar?

Ele parecia realmente incomodado com isso.

— Você não mexeu em nada, mexeu? — eu o questionei. — Huh? Mexeu, Seth?

Não é possível! Se ele tiver mexido, eu juro por Deus!

— Não — ele disse com relutância. — Quer dizer... Sim, talvez?

— Mas que merda, Seth! No que você estava pensando?

Seth não se importou com o quanto eu estava ficando irritada. Ele se mexeu um pouco e apalpou seu bolso da frente antes de fuçá-lo com a mão. De lá, Seth puxou algo em seu punho fechado e o colocou na minha frente.

— O que você peg-

Eu engoli cada palavra no momento em que vi meus fones de ouvido balançando da sua mão. Meus fones de ouvido.

— Eu peguei emprestado — Seth esticou os lábios convencido e fez minha irritação desaparecer com seus olhos azuis espremidos.

— Pegou emprestado? Eu não lembro de você pedindo. — eu impliquei, ainda extasiada, o vendo esticar o fio.

— Eu posso pegar o seu fone emprestado? — ele riu.

— Não.

Ele ignorou, claro. Se mexeu novamente, até alcançar seu celular no bolso de trás.

— O que você quer ouvir? — perguntou ao plugar o fone na entrada do celular.

Não o que está estampado na sua camisa.

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