Capítulo 9

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Corremos pelos corredores vendo e pulando por mais corpos, livros e mochilas ensanguentados jogados pelo chão, mas, em determinado momento, Lucy diminuiu sua velocidade, me deixando passar a frente com um enorme sorriso no rosto.

Mas que merda pode estar acontecendo agora?

Antes mesmo de abrir as portas, eu pude ver, através das 4 grandes vidraçarias embutidas na madeira, uma grande reunião do lado de fora, um amontoado de ombros grudados logo à frente da escola.

Isso não é perigoso? Cadê o Dener?

Yan, ansiosamente, me ajudou a abrir as pesadas portas principais e uma brisa gelada grudando o tecido melado da minha blusa em minha pele não deteve minha curiosidade. Eu fui arrastada pela vontade própria de meus pés por entre os ombros apertados, sentindo cada pedrinha de cimento nas solas descalças.

Mas cada ardor causado pelas pedrinhas de cimento valeu a pena quando eu reconheci o carro mal estacionado logo à frente, coberto de sangue e pedaços não identificados do que, provavelmente, seriam um ou mais corpos humanos. Os vidros escuros estavam fechados, entretanto, meu coração acelerou quando a porta ao lado do motorista abriu.

Da motorista.

— MAMÃE — imediatamente corremos uma até a outra, desesperadas por um abraço. — A senhora está bem? Está bem, não está? O que veio fazer aqui?

Meu corpo estava sobrecarregado novamente, em um pico de adrenalina e alívio tão alto que me deixou repetir as palavras.

— Meu amor... — ela se afastou de mim, segurando minhas bochechas e me olhando com um sorriso triste. — É claro que eu estou, você não conhece a mãe que tem?

Conheço, por isso sei que esse rosto triste se esforçando para sorrir está escondendo alguma coisa.

Jane Long não disfarçou quando me analisou dos pés à cabeça. E eu fiz o mesmo, apenas para constatar que não estávamos diferentes, ambas bem longe de limpas, então, minha mãe andou apagando eles também.

— Escute, eu preciso que você faça uma coisa! — a mulher na minha frente disse e minha feição logo se preocupou. Eu não aguento mais nada, mamãe, apenas me leve para casa.

Infelizmente, Jane não lê pensamentos, nem sequer estava olhando para meu rosto.

Ela lançou um olhar rápido de volta para o carro, um sinal discreto para que a porta do passageiro fosse aberta, revelando um Josh intimidado, sujo e agarrado ao seu taco de beisebol.

Ai, meu Deus! O que Josh andou fazendo? 

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Ai, meu Deus! O que Josh andou fazendo? 

Meu irmão deu passos cautelosos, até ouvir minha voz.

— Josh?

Ele parecia estar a esperar uma confirmação de que era eu e, quando a teve, correu até mim, esbarrando seu rosto entre meus braços.

— Você está bem? — eu me curvei para ver Josh concordar freneticamente, sem saber o quão aliviante isso é para mim. — Mesmo?

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