Capítulo 21

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Quero deixar claro que a escritora deste livro é, completamente, contra o porte legal e ilegal de armas! Boa leitura!

Eu fiz o que Yan mandou ou, caso contrário, ele não largaria do meu pé.

Mas Yan tem razão. Sem tomar banho, manter o machucado limpo é o mínimo, então, eu o fiz o mais rápido que pude e saí caçando o xerife Dener.

Perdi as contas de quantas voltas eu dei na escola até parar de frente para as portas do ginásio. Claro! Onde mais ele poderia fazer uma palestra sobre armas de fogo?

Na mosca! Lá estava ele; no meio da quadra e no meio de um círculo ridículo de adolescentes, apresentando uma mesa completamente coberta de armas, como se estivesse na porra de uma feira cultural!

Eu atravessei os ombros apertados e, calmamente, me aproximei da mesa, tirando a atenção de seu discurso.

— ...Então, é necessário que vocês... O que você está fazendo, Josephine? — ele se interrompeu impaciente.

— Escolhendo uma — eu dei de ombros — Não é para isso que elas estão aqui?

São muitas! Tantas que parecia ser impossível eles terem trago apenas em duas bolsas! Cumpridas, curtas, grandes, pequenas.

— Não, não para você.

Quando eu olhei para Dener, esperava que ele estivesse com aquele sorrisinho desdenhoso no rosto, mas não estava. Dener falou sério.

Ele falou sério? Como assim "não para você"? Certo, eu não gosto, mas o lance de "fazer à distância é menos pior" estava fritando minha cabeça! E ele diz "não"?

— O quê? Eu acho que não entendi — eu balbuciei.

Dener suspirou, antes de se virar completamente para mim e começou a falar: — Você não precisa delas, já é boa sem. Eu te vi essa noite, você é rápida, silenciosa, sabe o que tem que fazer e faz sem remorso. Você é boa e não precisa delas.

Eu ouvi cada fodida palavra de olhos arregalados. Eu sou boa? Boa em quê? Matando? É o que ele está dizendo? Que eu mato sem remorso? Mas que porra! Como alguém diz uma coisa assim?

— O quê? O que aconteceu essa noite? — a voz interrogativa de Yan ecoa distante pelos meus ouvidos e passa ignorada diante da minha tentativa de não chorar na frente de todo mundo.

Eu sequer me mexo, fico congelada, apenas vendo a imagem de Dener embaçar entre as lágrimas que não, não são de tristeza. Não que eu não sinta tristeza, porque sinto, mas dessa vez, não. Dessa vez é raiva.

— Não é uma ofensa, Josephine! — Dener bufa. — Na verdade, é um baita de um elogio!

Elogio? Matar sem remorso? Um elogio?

— Só se for no seu mundo distorcido de merda! — eu resmunguei, mal conseguindo abrir a boca cerrada que segura a crescente raiva e o choro.

— Ah... não fique bravinha, Josephine! — ele desdenhou. — Você vai continuar com as facas, que tanto está familiarizada e eu vou conseguir umas grandes para facilitar! A não ser que você prefira uma pá.

A frase fria e desdenhosa de Dener me congelou. Desgraçado.

— C-como você... — Lucy raciocinou alto, desacreditada e já envergonhada.

— Como eu vi? — Dener rigidamente a interrompeu. — Não importa, eu vi e ponto.

— Você viu o quê, xerife? — Yan, impaciente, volta a perguntar. — Porra!

Yan estava, claramente, frustrado por não obter respostas para suas perguntas. Até que o homem abriu a boca para falar, mas não eram as respostas de Yan. Dener, sarcasticamente, me encarou: — O quê, Josephine? O que eu vi?

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