Elizabeth Cooper
Eu e Jughead resolvemos passear com Gabe no parque, fizemos um piquenique e agora ele está brincando no balanço com Jug. Estou os observando de longe e também apreciando o por do sol. Ouço meu celular tocar, o pego de dentro da cesta e atendo.
- Alô, Betty?
- Oi mãe. O que precisa?
- Preciso que compre as coisas pra fazermos o jantar, eu ainda tenho que fazer algumas coisas do trabalho e não vai dar tempo de passar no mercado pra comprar as coisas.
- Tudo bem, eu vou no mercado, o que vai querer fazer?
- Queria fazer carne de panela.
- Tudo bem, eu compro os ingredientes.
- Ah e antes que eu me esqueça compre coisas também pra fazer uma torta de frango! Eu vou te mandar os ingredientes por mensagem.
- Okay. Tchau. - finalizo a ligação.
Guardo as coisas que usamos e também dobro a toalha quadriculada e a coloco de volta na cesta. Vou em direção aos meus meninos se divertindo.
- Temos que ir no mercado comprar as coisas pra fazer a janta. - Jughead para de balançar Gabriel e me olha.
- Tudo bem. Vamos campeão! - pega meu filho do balanço e o coloca nos ombros, segurando suas mãos para não cair.
Fomos para o carro, Jug prende Gabe na cadeirinha e eu coloco a cesta no porta-malas. Entramos nos bancos da frente e seguimos caminho para a mercado. Chegando lá, Jughead estaciona em frente ao estabelecimento e nós descemos. Antes de entrar, me agacho para ficar na altura de meu filho.
- Filho, eu e o titio Jug só vamos comprar as coisas pra vovó fazer a janta okay? - Gabe assente. Pego sua mão e caminhamos até o açougue.
Pego todos os ingredientes tanto para a carne de panela quanto para a torta.
- Mamãe "colate" - meu pequeno aponta para as prateleiras de chocolate.
- Gabe, outro dia a gente compra. Viemos só pra comprar as coisas pra janta.
- Eu quelo! - bate o pé. Suspiro olhando para os lados já vendo algumas pessoas encarando.
- Gabriel, você ainda é pequeno pra comer chocolate. A mamãe entende que você quer, mas ainda não. - digo calma. - Quando for a hora de tu comer o chocolate eu vou te dar pra experimentar, mas por enquanto não.
Ele emburra a cara e nós seguimos para o caixa.
Gabe puxa a barra de minha camiseta e aponta para uma direção. Vejo para onde ele está apontando e há uma menina na fila ao lado com uma caixa de cereal.
- Esse você também não pode comer ainda. - dito isso ele começou a chorar e a se debater.
De relance percebi algumas pessoas ao nosso redor olhar a cena, como se estivessem nos julgando. Notei que Jughead também ficou sem graça. Óbvio, ele não está habituado a isso.
- Eu sei que você tá com raiva né? - pergunto baixo e ele chora mais. Me viro para Jug. - Paga as coisas, amor. Eu vou resolver isso. - entreguei a cesta para Jughead e saí da fila com Gabe. Fiquei com ele na frente dos caixas para que meu filho pudesse se acalmar.
Assim que Jug veio em nossa direção o choro do pequeno foi cessando. Saímos do mercado e eu agachei para ficar frente a frente com meu filho.
- Olha Gabriel, eu entendo a sua raiva em querer alguma coisa e não poder ter, mas você ainda é pequeno demais pra comer aqueles doces. Quando for a hora de experimentar o chocolate e o cereal, eu vou te dar! - ele me abraça.
Fomos para o carro em silêncio e no caminho para a casa Gabe acabou dormindo.
- Me desculpa pela cena no mercado... - digo sem graça.
- Bom, eu fiquei sem graça porque não tô acostumado a ver crianças fazendo birra por querer alguma coisa, mas eu gostei do jeito que você controlou a situação! - sorri. - Normalmente os pais brigariam mas tu só ficou calma e esperou ele se acalmar pra conversar.
- Eu estudei educação infantil alguns meses antes do Gabe nascer. Eu aprendi a "lidar com o incêndio", pode-se dizer. - faço aspas com os dedos. - Aprendi que a gente não ensina o que é ter raiva, nós crescemos analfabetos emocionais. E dar bronca na criança por ela estar irritada e se sentido frustrada só piora a situação e no futuro ela não vai recorrer a mim pra caso precisar. Quando ele fez birra, tudo o que ele precisava era saber que eu estava ali pra caso ele precisar e pra quando ele estivesse mais calmo. O Gabe não é uma pessoa ruim por sentir raiva. - finalizo.
- Sério, se eu já te admirava antes, agora eu te admiro o triplo! Amor, você é foda! Você é uma mãe, filha e namorada incrível! - vejo seus olhos brilharem.
- Obrigada meu amor. Fico feliz de ouvir isso! - sorrio. - Quando ele começou a fazer a birra e eu vi a sua cara eu pensei que tu fosse ficar extremamente incomodado, mas não, você observou e pelo visto se interessou pela educação positiva.
- Eu nunca tinha ouvido falar sobre a educação positiva mas depois da cena no mercado eu fiquei curioso e vou pesquisar sobre. - diz e sinto meu coração derreter.
- Eu não espero que tu queiras e consigas ser super calmo na primeira vez que o Gabe te desafiar, até porque não é fácil. Mas caso aconteça e eu não esteja por perto, eu sempre tenho em mente que eu sou a adulta e que ele ainda tá se descobrindo e aprendendo a lidar com as próprias emoções. Eu acredito que pensar nisso na hora da explosão ajuda muito e lembrar também que bater e gritar não é uma opção. Nunca, em hipótese alguma. - Jughead concorda.
- Agora, parando pra pensar... essa cena foi importante, porque não sei você mas eu penso em me casar contigo e construir uma família.
- É claro que eu penso em um futuro com você! - acaricio sua nuca.
- E se a gente pensa nisso, eu preciso saber lidar com as birras e os momentos de explosão. Eu já sei que vou ter que aprender a lidar com isso desde agora e eu vou me preparando pra quando a birra acontecer. - concordo.
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singers •bughead•
Romance+Bughead|| onde Betty e Jughead são cantores famosos e se conhecem num jantar na casa de suas amigas em comum.