||77|| futuros bebês ||

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Elizabeth Cooper

— Quando vão voltar? — minha mãe questiona.

— Eu acho que vou voltar no final do mês.

— Jellybean não aguenta mais ficar aqui mãe. — brinco.

— Ah claro — debocha. — Eu amo ficar com vocês, o problema é que eu também sinto falta do Rick.

— Não sei quando vou voltar, vou ficar aqui por mais um tempo — digo. — A não ser que você queira que eu vá embora...

— Claro que não querido. Eu amo a companhia de vocês. Vai ser estranho quando forem embora, a casa vai ficar tão silenciosa — pausa. — Sei que já estamos em fevereiro, mas o que pretendem fazer esse ano?

— A trabalho?

— Em geral.

— Pretendo mudar completamente minha vida. — Jug responde e Jellybean sorri.

— Eu também.

— Isso me deixou curiosa — Jughead e minha mãe trocam olhares. Esses dois estão tramando algo. — E planos para o futuro, daqui uns cinco anos?

— Quero formar uma família até lá — sorrio. — Pode anotar, Alice, eu e Betty ainda vamos ter mais três filhos.

— Ai Jughead. — murmuro, cubro meu rosto com as mãos e minha mãe ri. Ela me colocou no mundo, sabe da dor que é parir um bebê, e Jughead quer mais três.

— Boa sorte filha.

— Vamos precisar.

— E você Jellybean?

— Sobre filhos? — Alice assente. — Eu só vou dar um sobrinho para o Jughead quando ele me der outro. A Betty vai engravidar primeiro e só depois eu penso em ter um filho.

— Vamos ver Jellybean.

— Você vai engravidar primeiro, Betty, vai dar outro netinho para os meus pais e pra sua mãe. Esse sempre foi o combinado entre eu e o Jug.

— Desde quando?

— Desde quando éramos adolescentes.

— Eu não fiz parte do acordo, você vai engravidar primeiro.

— Vai ter que esperar sentada, Betty.

Minha mãe ri dessa discussão besta que estamos tendo e eu reviro os olhos.

— Dizem que quem menos se espera aparece grávida.

— Eu não vou aparecer grávida antes da Betty nunca, o Rick vai usar camisinha e eu vou continuar com o anticoncepcional até a Betty dizer que está grávida. E eu quero ser a primeira a saber.

— Meu ovo que você vai ser a primeira a saber! — exclama Jughead e todas nós rimos, ou melhor, gargalhamos.

— Eu tenho certeza que ela vai me pedir pra comprar o teste de gravidez.

— Vamos esperar pra ver.

— Ela não vai te pedir pra comprar, a Betty vai querer fazer uma surpresa, Jughead.

— Mas por favor, eu tenho que saber primeiro, eu vou ser o pai...

— Vocês estão falando como se a Batty realmente estivesse grávida. — minha mãe comenta sorrindo.

— E casamento? — dessa vez eu pergunto para mudar de assunto.

— Vocês — Jug se refere a mim e Jellybean. — sabem que eu não queria, hoje eu já penso diferente. Mas sem grandes festas, eu prefiro algo mais intimista.

— Se bobear no seu casamento só vai ter nossos pais, nossos amigos e a Alice.

— Eu não duvido disso — digo.

— Eu não quero uma grande festa, talvez até case no cartório. — Jellybean comenta.

{...}

A noite caiu e com ela veio a minha insônia. Estou há meia hora tentando dormir, mas tem algo me incomodando, só não sei o que é.

Fazia um tempo desde a última vez que tive dificuldade para dormir. Isso normalmente não acontece com tanta frequência, mas hoje em especial, apesar de estar cansada, não consigo dormir.

Jughead e Gabe estão dormindo então, não tem com quem eu conversar e esperar o sono vir, o que me resta é descer e beber água ou chá.

Saio da cama com cuidado para não acordar os meninos e desço, também tentando não fazer barulho. Vou para a cozinha e decido fazer uma xícara de chá para me acalmar e vê se fico com sono. Enquanto esperava a água esquentar na chaleira, minha mãe aparece e se senta no balcão.

— Te acordei?

— Só insônia, você também? — assinto.

A chaleira apita e eu desligo o fogo rapidamente. Pego outra xícara pra minha mãe, despejo a água e coloco o sachê do chá.

— Apesar do Jughead ter falado que ainda não tem data pra voltar, — ela começa e eu já sei qual vai ser o rumo dessa conversa. — como vai ser quando ele for embora?

Eu e Jughead estamos conversando bastante sobre futuro e consequentemente sobre casamento.

— Eu não sei — suspiro. — Não quero ter que passar por outra despedida.

— Vocês estão há oito meses juntos por conta da turnê. Pensei que quando os shows acabassem, ele fosse voltar...

— O que foi aquela troca de olhares quando o Jug falou que queria mudar de vida completamente?

— Não foi nada filha. Só fiquei curiosa com o que ele falou.

— Vocês dois estão escondendo algo.

— Não estamos, prometo. — dou um gole no meu chá ainda desconfiada.

O silêncio se instala entre nós enquanto bebemos nossos chás, até minha mãe voltar a falar.

— Sabe porque você está com insônia? — nego. — Não pode ser por conta disso, por pensar muito sobre como vai ser quando se despedirem?

— Talvez. — eu sei que é verdade.

— Filha, dá pra ver que a distância deixa vocês mal. Por que ainda estão esperando? Os dois querem acabar com a distância, vocês não querem ter que se despedir toda vez que um for embora. Vocês já estão falando sobre casamento, querem isso de verdade. Por que não tirar a ideia do papel?

— E você?

— Eu não vou ficar brava, se é isso que está pensando.

— Como você vai ficar?

— Uma hora ou outra você já iria ter que sair debaixo das minhas asas. Eu vou ficar bem, te garanto, vou sentir saudades mas vou ficar bem. Dá para lidar com a saudade.

— Mesmo se eu for morar nos estados unidos?

— Mesmo assim Betty. Ainda vou poder te visitar se for morar lá. Acho que até poderia me mudar pra lá, não tem muita coisa que me prende aqui.

— Obrigada por me apoiar em tudo mãe. — a abraço.

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