||32|| clima estranho ||

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Elizabeth Cooper

- Filha, preciso que vá ao mercado comprar os ingredientes pra eu fazer uma torta de maçã.

- Que torta de maçã mãe?

- Decidi fazer a torta pro nosso café da tarde... - da de ombros.

Dona Alice está estranha.

- Pode ir no mercado pra mim Betty? Eu fico com o Gabe.

Suspiro antes de responder.

- Vou.

Subo para tirar o meu pijama, pego uma camiseta rosa e uma jardineira branca, nos pés coloco meu tênis da nike e pego minha bolsa antes de sair.

- Fiz uma lista do que você precisa comprar. -minha mãe me entrega o papel com a lista escrita.

- Não vou demorar. - ela assente. - Tchau filho, mamãe já volta.

Compro os ingredientes da torta e volto para minha casa. Quando iria colocar o carro na garagem, vejo um moreno na porta de entrada. Um moreno que conheço bem.

Guardo o carro na garagem e entro, dando de cara com minha mãe me esperando.

- Quem ta lá fora?

- Como assim? Tem alguém lá fora?

- Alice, o que tá me escondendo?

Ouvimos a campainha tocar.

- Não tô escondendo nada. - da de ombros. - Vá atender a porta Elizabeth, vou brincar com Gabe lá em cima...

Pega meu filho e sobe com ele.

Passo a mão em meu cabelo, deixo as sacolas com as coisas que comprei na bancada da cozinha e fui abrir a porta.

- Jughead? O que tá fazendo aqui? - questiono.

- Eu comprei a passagem antes de tudo aquilo acontecer e não queria não vir porque temos que nos resolver... - explica.

- Já nos resolvemos.

- Betty, se você não quer que eu fique fala, eu ainda posso comprar a passagem de volta... - diz.

- Entra. - dou passagem para ele.

Jughead entra e olha ao redor, admirando o ambiente.

- Quer deixar a mala no meu quarto?

- Podemos conversar primeiro? - assinto.

Nos sentamos no sofá e espero ele começar a falar.

- Obviamente você deve ter percebido que desde aquele dia tá um clima estranho entre nós. - concordo.

- Eu gosto muito de ti Jughead, mas desde aquele dia o medo de receber mais ódio gratuito aumentou. - abaixo o olhar.

- Eu entendo. Mas sendo sincero eles não sabem da gente... ou melhor, eles sabem mas não o suficiente.

O encaro confusa.

- Os meus fãs não sabem de nem metade da minha vida. No começo eu também era igual você e morria de medo de ser xingado por nada, mas acontece babe. - explica. - É difícil mas com o tempo tu aprendes a não ligar tanto.

- Foi complicado pra ti no começo?

- Foi, eu precisei de algumas sessões de terapia pra resolver isso. Hoje se eu vejo algum comentário negativo eu bloqueio a pessoa e apago o que ela disse. Ninguém me conhece totalmente através da internet, o que elas dizem são baseados em achismos do que eu gosto e me sinto confortável de postar. Você por exemplo, ninguém sabe do Gabe, o seu instagram é totalmente profissional. - concordo.

- Mas se eu quiser posso começar a postar foto de você? - pergunto.

- Claro que pode, e eu não me incomodaria com isso. Estamos resolvidos?

- Sim. - sorrimos um para o outro.

- Eu só quero te pedir uma coisa.

- E o que é?

- Quando se sentir mal por comentários maldosos fala comigo ou com a sua mãe ou com alguém. Não guarda pra você, se guardar piora e vira uma bola de neve que tu não consegues controlar.

- Não vou guardar pra mim. Fica tranquilo. - lhe dou um selinho.

Jughead me abraça e faz carinho em meu cabelo.

- Senti sua falta babe. - murmura.

- Também senti. Quase não conversamos direito nessas últimas semanas.

Desde o dia em que lançamos os clipes, conversamos só o básico, mas somente por mensagens. Não tinha ouvido a voz de Jughead há duas semanas.

Confesso que foi muito estranho não conversar com ele antes de dormir.

- O que vamos fazer agora? Tu tens onde ficar?

- Não... - pausa. - Eu vim sem planejamento. A única coisa que tinha certeza que faria era vir falar contigo. Mas eu ainda vou ir para um hotel, não se preo... - o interrompo.

- Por que não fica aqui? - sugiro. - Pode dormir comigo e com o Gabe. Minha mãe não se importaria de te ter aqui por um tempo.

- Não quero incomodar vocês. - diz.

- Babe, tu não incomoda. - seguro sua mão.

- Podemos sair e depois te dou a resposta?

- Claro! - penso em um lugar legal para levá-lo. - Já sei pra onde vamos. - nos levantamos. - Tem problema se eu levar o Gabe?

- Ele é seu filho amor. Eu não tenho que achar ruim você levar ele ou não. - sorrio.

- Tudo bem. Vem, ele e minha mãe estão lá em cima.

Subimos e parei em frente à porta do meu quarto.

- Oi mãe. - coloco a cabeça para dentro do cômodo.

- Ele tá aí? - sussurra a pergunta. Respondo sua pergunta com um aceno de cabeça positivo.

- Não me faz passar vergonha. - sussurro e ela vem até a porta.

Assim que minha mãe abre a porta, Jughead pega em minha mão e aperta levemente.

- Olá senhora Cooper. - diz claramente nervoso.

- Prazer, Jughead certo? - ele solta minha mão e aperta a da minha mãe. O moreno afirma com a cabeça. - E por favor, me chame apenas de Alice.

- Como está Alice? - pergunta.

- Muito bem! Filha, se importa se eu roubar ele um pouco pra conversar? - minha mãe questiona e eu nego. Entro em meu quarto para deixá-los a sós, mas coloco meu ouvido na porta para tentar ouvir a conversa deles.

Um pouco curiosa? Talvez.

- Jughead, como mãe da Betty quero saber quais são suas intenções com ela. - reviro os olhos com essa fala.

- Olha sra. Cooper, não posso prometer não magoá-la, pois isso é impossível de acontecer. Eu só quero fazer ela feliz, a Betty é uma pessoa e mãe incrível. - sorrio.

- Passou no teste! - tenho certeza que minha mãe está sorrindo.

Me afasto da porta e finjo mexer no celular.

{...}

- Betty, posso postar uma foto nossa falando sobre o que aconteceu? - questiona.

- Sobre os clipes?

- Isso. Se não quiser que eu poste foto contigo, posto uma qualquer minha mesmo...

- Pode postar, mas eu preciso de uns dias afastada do instagram. Ler directs me xingando não é muito legal. - digo e ele me abraça de lado.

- Tudo bem. Isso é o certo a se fazer no momento. Não se sinta prévio nada a voltar, vai no seu tempo.

singers •bughead• Onde histórias criam vida. Descubra agora