||78|| novo capítulo ||

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Jughead Jones

meses atrás (antes da turnê, final de abril) *lembrando, a betty chegou nos eua para gravar o álbum em maio*

— Você tem algo pra fazer agora? — Jellybean pergunta parada no batente do meu quarto.

— Não. Por quê?

— Eu quero dar uma volta de carro e conversar.

Pauso a série e visto uma camiseta rapidamente, quando se trata de andar de carro e conversar, eu não preciso pensar duas vezes antes de parar qualquer coisa que estou fazendo e só sair. Nós descemos juntos e saímos pelas ruas de los angeles sem rumo.

— Jug, acho que eu estou no momento de querer ter o meu espaço.

Percebo que ela está receosa em dizer isso em voz alta. Tenho certeza que Jellybean pensou em mil e uma maneiras de começar essa conversa, por que querendo ou não, era algo que sabíamos que iria acontecer em algum momento, mas nós apenas não falávamos muito sobre.

— Você acha ou tem certeza?

— Eu diria 80% de certeza, mas se você não estiver em sintonia comigo não tem problema... — diz nervosa.

Beijo sua mão para tentar tranquiliza-la e vejo ela sorrir fraco.

— Também andei pensando nisso, só não sabia como te falar e... parecia errado? — digo duvidoso.

— Errado por quê?

— Moramos juntos desde os seus dezoito anos, é muito tempo. Me sinto um pouco ingrato por isso.

— Jughead, eu entendo esse sentimento, mas em algum momento nós iríamos morar separados.

— E se nós dois fôssemos solteiros pra sempre?

— Aí nós moraríamos juntos pra sempre — rimos. — Como esse não é o caso, porque temos pessoas incríveis na nossa vida, eu já vinha me preparando pra isso desde janeiro. Não é ingratidão da sua parte querer ter seu espaço, nós amadurecemos e hoje queremos morar separados.

— Nós queremos a mesma coisa que é querer coisas diferentes.

— Isso mesmo.

Atualmente. (fevereiro, 2022)

— Já comprei minha passagem, volto pra casa amanhã.

— Tem mesmo que ir? — pergunto apoiado no batente do quatro.

— Eu preciso ir Jug, sem contar que estou com muita saudades do Rick. — sorrio.

— Ele de longe é o seu melhor namorado.

— Odeio ter que concordar com isso — diz e revira os olhos. — Voltando, você vai fazer aquilo?

— Sim, mas vou esperar alguns dias, preciso preparar mais algumas outras coisas. 

— Não dá para acreditar que você vai mesmo fazer isso.

— Eu sempre falei pra ti que a Betty é pra vida toda.
— Jellybean me abraça.

— Você sente isso não é? — assinto.

— Você também sente isso com o Rick?

— Sim... — sorri tímida.

— Mas como você vai ficar? Depois que eu voltar, nós não vamos mais morar juntos.

— Isso não é o fim do mundo. Eu amo morar com você e vou sentir falta, certeza, mas eu também gosto de ter meu espaço.

— Vai chamar o Rick pra morar com você?

— Não. Pelo menos por enquanto. Vou esperar um tempo antes de pedir.

— Apesar de ter certeza está com medo de não gostar de morar com ele?

— Não — ri. — Vai ser só até eu me estabelecer na casa nova, depois eu faço o convite. Quando eu chegar, vou ir atrás da papelada e por a casa à venda.

— Eu não estou nem um pouco preparado pra isso. — digo sentindo meus olhos marejarem, Jellybean me abraça.

— Você já está sofrendo por antecedência. Realmente parecia demorar um pouco mais até isso acontecer, mas vai ser um novo capítulo nas nossas vidas, você vai formar a sua família e eu a minha. E não, eu não tô grávida. — antecipa a pergunta que faria apenas para encher sua paciência.

— Eu estou louco pra ser tio Jellybean...

— Mas mais ainda pra ser pai.

— Eu já sou pai.

— Você sabe o que eu quero dizer. E eu não vou engravidar primeiro, você sabe muito bem disso.

Jellybean pega sua mala, coloca em cima da cama e vai tirando suas roupas do guarda-roupa aos poucos.

— Apesar de saber que vai ser estranho não te ter por perto todos os dias, eu estou animada para essa nova fase.

— Vai ser difícil gritar teu nome e você não responder imediatamente. Nós vamos ter que fazer igual as pessoas normais e mandar mensagem! — brinco e nós rimos. — Porra, vou sentir muito sua falta todos os dias.

Jellybean deixa de organizar sua mala e me abraça pela milésima vez no dia. Sabemos que morar separados é algo que queríamos já tinha um tempo, mas agora que está tudo prestes a acontecer deixa tudo mais choroso. Ela vai voltar para os estados unidos e embalar todas as nossas coisas, enquanto eu vou ficar aqui na austrália para fazer outra coisa com Betty que também vai mudar nossas vidas.

Um pouco antes de Betty chegar para gravar o segundo álbum, eu e Jellybean fizemos uma super limpa na casa toda, ficando com tudo o que realmente gostamos para facilitar o processo de guardar tudo em caixas.

{...}

Foi difícil querer sair da cama hoje, tudo o que eu mais queria era ficar deitado aproveitando a companhia da minha irmã com o tempo congelado. Como isso não é possível, fiz minha higiene pessoal e desci para tomar café. Jellybean só vai para o aeroporto depois do almoço, então, ainda posso curtir sua companhia por algumas horas.

Com o namoro a distância, percebi que passei a aproveitar muito mais a companhia das pessoa que são queridas para mim. Óbvio, antes também aproveitava, mas com Betty, cada segundo antes da despedida era válido para beija-la, abraçá-la ou até dizer um "eu te amo".

O único momento em que tive que me despedir por um tempo significativo de Jellybean foi quando me mudei pra los angeles, na época ela ainda estava no colégio e faltava apenas dois anos para acabar. A despedida naquele dia foi uma das ou senão a mais difícil de toda a minha vida.

Não sei como vai ser hoje. As despedidas com Betty eram doloridas tanto quanto foi a despedida com Jellybean quando ainda éramos adolescentes. Dessa vez não vou voltar para nossa casa, eu vou ter a minha própria casa com Betty e Gabe!

— Pegou tudo? — Betty questiona fechando o porta malas.

— Sim.

Todos nós entramos no carro e fomos para o aeroporto. Eu sinto uma mistura de sentimentos toda vez que piso em um aeroporto, ao mesmo tempo que sinto alegria por me reencontrar com Betty, por exemplo, também sinto tristeza pelo ar de despedidas que esse lugar tem.

Depois de fazer o check in e despachar as malas, logo o voo de Jellybean é anunciado.

— Tchau Jellybean, foi um prazer te receber em casa, as portas sempre estarão abertas para você e sua família. — elas se abraçam.

— Obrigada Alice, você é um anjo.

— Tchau Jellybean, boa viagem.

— Tchau titia, Gabe ama titia. — o pequeno diz e minha irmã não consegue conter as lágrimas. Gabe beija a bochecha de Jellybean e abraça seu pescoço.

— Tchau mana, se cuida e manda mensagem quando chegar — abraço-a forte.

— Boa sorte — sussurra em meu ouvido. — Eu te amo.

— Eu te amo. — beijo sua cabeça e ela vai para a fila de embarque.

Eu odeio despedidas.

singers •bughead• Onde histórias criam vida. Descubra agora