||76|| revista ||

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Jughead Jones

— Parece que meu coração vai sair pela boca. — Betty comenta.

— Betty, agora o cabelo. — diz a cabeleireira.

— Posso fazer sua maquiagem enquanto isso? — pergunta a maquiadora. Betty assente. — Como você prefere? Pele carregada ou leve?

— Leve.

— Jessie, ela tem que trocar de roupa antes de ser maquiada. — a estilista falar para a maquiadora.

Betty vai até o banheiro e volta já trocada com um dos trajes para o trabalho.

Hoje viemos fazer uma sessão de fotos para uma revista. Já arrumaram meu cabelo e agora estão cuidando de Betty fazendo sua maquiagem e cabelo. Nós já fizemos mais algumas outras sessões de fotos antes, durante e depois da turnê de shows, mas Betty ainda fica nervosa e meio perdida com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo.

Logo que a maquiadora termina de fazer sua pele, Betty me encara e pede uma garrafinha de água. Ela começou com isso na nossa primeira sessão de fotos e agora, toda vez que Betty pede água, sei que é por conta do nervosismo.

Depois de prontos, cumprimentamos o fotógrafo que logo olhou Betty de cima a baixo e molhou os lábios.

Ah que ótimo.

Ignorei o que aconteceu e nós nos posicionamos em frente ao fundo infinito. O fotógrafo primeiro tirou fotos de corpo inteiro e depois de retrato, sempre elogiando Betty, dizendo que ela é ótima posando e claramente tentado flertar com ela. Ele pede uma pausa para vermos como estão ficando as fotos e eu me afasto. Ouço passos atrás de mim e nem preciso me virar para saber que é Jellybean pois ela me impede de entrar no banheiro.

— O que aconteceu pra você estar com essa cara? — pergunta baixo para que ninguém escute.

— O fotógrafo está dando em cima da Betty. — Jellybean arregala os olhos.

— Certeza? 

— Eu sei o que eu vi, Jellybean. Ele nem disfarçou quando viu a Betty, olhou de cima a baixo.

— Essas fotos vão ser para uma revista, Jughead,  uma delas vai ser a foto de capa!

— Eu sei...

— Tenta não ficar bravo, em casa vocês se resolvem.

— Eu estou tentando meu máximo, não é fácil tentar sorrir quando estão dando em cima da minha namorada. Você fala como se fosse fácil...

— Eu sei que não é, mas você tem que ser profissional, não dá pra perder essa oportunidade por ciúmes. Ela ainda não percebeu, quanto mais profissional você for, mais rápido isso acaba.

— Johnson! Vamos voltar a fotografar!

Assinto e faço um sinal para esperar um minuto. Encaro Jellybean como quem diz "sério?"

— Nosso sobrenome é bem comum pra ele errar desse jeito! Onde você...

— Jughead, depois você reclama disso — me repreende com o olhar. — Agora volta para lá.

Reviro os olhos e volto para o fundo infinito pra continuar com as fotos.

{...}

Conseguir terminar essa sessão de fotos foi uma tortura, não sei como aguentei ver o fotógrafo dar em cima de Betty e não fazer ou falar nada, mas pelo o que ele falou, as fotos ficaram ótimas e nós não vamos ter que voltar e encontrar com esse imbecil novamente.

— Esfria a cabeça primeiro, tenho certeza que você não vai querer descontar seu ciúmes nela. — Jellybean diz antes de eu subir atrás de Betty.

Assinto e sigo a loira escada acima.

— Essa sessão de fotos foi a melhor e a que eu mais me senti confortável. — Betty comenta enquanto pego uma troca de roupa em seu closet para ir tomar um banho e tentar me acalmar.

— É claro que foi... — murmuro.

— Jughead, por que está assim? O que aconteceu?

Antes mesmo que possa responder, Betty continua.

— Antes de fingir que não é nada, você quer resolver ou ficar sozinho?

— Eu posso ir tomar banho pra não descontar em você? Prometo que depois nós conversamos.

Apesar de querer enrolar ao máximo no banheiro para não ter que ter aquela conversa com Betty por ainda estar irritado com o que aconteceu, estamos na casa de Alice e eu não posso simplesmente ficar o tempo que quero debaixo do chuveiro, sendo que a casa não é minha ou de meus pais e sequer estou ajudando com as contas, apenas com mercado e gasolina.

— Jughead, você está no banheiro a tempo de mais. — ouço Betty dizer.

Termino de vestir minha camiseta e saio do banheiro.

— Okay, o que aconteceu?

— Você não sabe ou está se faz desentendida?

— Eu não estou fingindo nada.

— Eu não quero brigar...

— Então, conta o que aconteceu para eu poder te ajudar.

— O fotógrafo estava descaradamente dando em cima de você.

— Não... — faço um sinal para que ela me deixe falar.

— E isso me incomodou porque eu não pude fazer ou falar nada por ser um trabalho. Não queria te deixar mais nervosa do que já estava.

— Eu estava tão focada nas fotos que não percebi.

— Porque acha que se sentiu confortável nessa sessão?

— Não foi por causa do que o fotógrafo falava. O pessoal da produção foi muito tranquilo e simpático comigo e isso me deixou mais segura. Acho que eu também já estou me acostumando com as sessões, não é o bicho de sete cabeças que eu achava que era.

— Evitei falar sobre lá, porque sabia que não era o momento certo e que na hora da raiva, iria descontar em vocês e contaminar o ambiente. Eu tive que ser profissional e separar o pessoal do trabalho.

— Me desculpa por não ter percebido antes...

— Tá tudo bem, a culpa não é sua e sim do fotógrafo. O importante é que nós resolvemos isso. — beijo sua cabeça e Betty me abraça.

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