Maratona 03/10
VICTOR
Eu não dormi. Fechei os olhos, mas não consegui pegar no sono. Havia uma parte de mim que estava estranha diante do vislumbre de felicidade.
Levantei e fui até o banheiro, fiz minha higiene pessoal e vesti um suéter e uma calça de moletom. Estava nevando, mas desde que Bárbara havia chegado para me ajudar a cuidar do meu filho, eu havia ganhado um tempo para correr.
Voltei para o interior da casa meia hora depois e entrei pela cozinha para tomar um copo d’água e comer alguma coisa.
SV: Vai acabar congelando nesse frio. — Vitória chamou a minha atenção quando passei pela sala, comendo uma barra de cereal.
V: A adrenalina nem me deixa sentir. — Sorri. — Preciso me exercitar, recuperar a forma.
SV: Precisa! Victor, vem aqui — pediu que eu me aproximasse, e me sentei ao seu lado no sofá.
V: O que foi? — Estalei os dedos.
SV: Eu posso ter perdido muita coisa depois do AVC, mas ainda tenho uma audição muito boa.
V: Onde pretende chegar com isso, Vitória?
SV: Você e a senhorita Passos estão tendo um caso?
V: Você viu algo? Alguém viu algo?
SV: Não vi nada, mas sabe que sempre fui boa para perceber as coisas. Vocês se olham, se olham muito.
V: Ela cuida do meu filho, achei que fosse uma obrigação minha reparar nela.
SV: Já vivi muita coisa e sabe que não sou ingênua. Além disso, ambos estavam acordados ontem à noite. Como o Michael não estava chorando, imagino que não seja por causa dele.
V: Tem razão, não era. Mas não estamos tendo um caso. Foram só alguns beijos. Sei que vai me dizer que não deveria, que ela é jovem demais para mim...
SV: Não iria dizer isso — interrompeu-me.
V: Não? — Arregalei os olhos.
SV: Meu filho — estendeu a mão boa para acariciar o meu rosto —, você já sofreu demais, não irei julgá-lo por querer um pouco de felicidade. Todos merecemos dias de sol. A senhorita Passos é uma boa garota, ela é gentil, educada, e geniosa também. O que qualquer mulher que se envolva com você precisa ser.
V: Está me dizendo que aprova?
SV: Ela veio para cuidar do Michael, mas se cuidar de você também, melhor ainda.
Foi impossível evitar a gargalhada diante da forma como ela falou.
V: Ainda estou perdido e pode ser que eu não queira manter isso por muito tempo. Ainda está difícil colocar os cacos do meu coração no lugar para ter um caso, ou qualquer coisa assim.
SV: O importante é que você tente.
V: Obrigado, Vitória
SV:Agora, vá cuidar do seu filho e deixe a garota descansar.
Levantei do sofá e segui para o quarto do Michael. Da porta, vi Bárbara sentada em uma poltrona alimentando-o com uma madeira. Ele mantinha os olhos azuis arregalados, vigiando-a, enquanto sugava o líquido branco.
V: Hoje é domingo, Bárbara.
Ela arregalou os olhos e moveu a cabeça até me encontrar parado na porta.
B: Mas ele sente fome todos os dias.
V: Sim, obrigado por cuidar tão bem do meu filho.
B: É para isso que estou aqui.
V: Também para estudar.
B: Você tem razão. Vou apenas esperar que ele termine essa mamadeira e ele é todo seu.
V: Obrigado. — Descruzei os braços e coloquei as mãos no bolso. Na postura mais amistosa que consegui.
V: Bárbara? — Levei uma eternidade para conseguir dizer o nome dela.
B: Sim?
V: O que pretende fazer hoje?
B: Ler alguns textos da faculdade e estudar para uns debates que faremos na semana que vem.
V: Vai ter algum tempo livre?
B: Precisa que eu cuide do Michael para você hoje?
V: Não. Queria levá-la para sair. — Desviei o olhar para o corredor antes de encará-la novamente. Eu estava inseguro e não conseguia esconder. — Aceita almoçar comigo mais tarde? Acho que você não teve tempo de conhecer Westminster e os principais pontos turísticos.
B: Realmente não.
V: Então, isso é um sim? — Minhas mãos estavam suando frio. Não sabia onde estava me metendo
B: Claro! Eu adoraria. Mas e o Michael?
V: Teremos que levá-lo conosco. A não ser que você se importe...
B: De forma alguma — interrompeu-me sem que eu pudesse concluir a frase. — Eu vou adorar sair com você e com o Michael. Quando vamos?
V: Daqui há umas três horas, pode ser?
B: Sim.
V: Perfeito.
Michael terminou de tomar a mamadeira e ela se levantou, entregando o meu filho para mim antes de sair do quarto.
Fui com o Michael para o meu escritório e fiz algumas ligações para reservar um local que imaginava ser perfeito para o almoço.
Fazia muito tempo que eu não tinha um encontro e estava no mínimo aflito. Era difícil pensar se estava ou não tomando a decisão certa para mim e para o meu filho.
BÁRBARA
Ajeitei o cachecol ao redor do meu pescoço e encarei minha imagem diante do espelho. Sentia borboletas no estômago ao pensar que teria um encontro com o Victor Augusto.
Por mais perto que estivéssemos, ele sempre estaria anos luz de qualquer envolvimento amoroso comigo, porém, alguns beijos e amassos depois, ele havia me chamado para sair.
Apesar do Michael sair conosco, eu não iria como babá.
Ouvi uma batida na porta e quase pulei de susto.
B: Oi?
C: Bárbara? — Ouvi a voz dele do outro lado. — Posso abrir a porta?
B: Sim.
Ele empurrou a maçaneta e se revelou no corredor. Victor estava usando um sobretudo cinza sobre uma camisa de mangas compridas preta e calça no mesmo tom, assim como os sapatos. O cabelo estava bem penteado com o topete espetado na frente.
B: Você está lindo.
Victor sorriu e percebi que suas bochechas coraram levemente.
V: Você também.
B: Obrigada. Desculpa por ter deixado escapar isso.
V: Ah, por favor, não peça desculpas. — Ele riu. — Faz muito tempo que eu não ouço esse tipo de elogio.
B: Não por ter deixado de ser bonito, tenho certeza.
V: Às vezes, ser viúvo deixa uma aura estranha sobre nós, que faz com que afastemos as pessoas.
B: Então vamos tratar de espantar essa aura.
V: Estou dando o primeiro passo. — Ele avançou para dentro do quarto e estendeu a mão para mim.
Uiiii Victor apaixonado kkk
✨Deixem a estrelinha ✨
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Amo vcs❤️
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𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼
Romance➪ 𝐎 𝐂𝐄𝐎 𝐕𝐈𝐔𝐕𝐎 𝐄 𝐀 𝐁𝐀𝐁𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐆𝐄𝐌 ✍︎ • 𝑏𝑎𝑏𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑛𝑓𝑖𝑐𝑡𝑖𝑜𝑛 +18 || 𝙑𝙞𝙘𝙩𝙤𝙧 𝙚́ 𝙪𝙢 𝙝𝙤𝙢𝙚𝙢 𝙫𝙞𝙪𝙫𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙖𝙘𝙖𝙗𝙖 𝙨𝙚 𝙚𝙣𝙫𝙤𝙡𝙫𝙚𝙣𝙙𝙤 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙙𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙙𝙚𝙫𝙚𝙧𝙞𝙖 𝙘𝙤𝙢 𝙖 𝙗𝙖𝙗𝙖́ 𝙙𝙚...