EP 67

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V: Ela não é a sua mãe! — Eu o puxei, perdendo a cabeça. — Você falou para ele te chamar assim? — rosnei para Bárbara, envolvendo o meu filho, como se pudesse protegê-lo dela.

B: Não.

M: Papai. — Michael puxou a minha gravata, surpreso com os meus gritos. Nunca tinha perdido o controle desse jeito na frente dele.

V: Ela não é a sua mãe!

Meu filho começou a chorar.

B: Calma, Victor! Está assustando o menino. — Bárbara tentou me tocar, mas afastei-a com um movimento abrupto.

V: Você não é a mãe dele. É só uma babá.

B: Eu sei disso. — Ela engoliu em seco e percebi que estava segurando o choro. — Eu não pedi para que ele me chamasse assim. Partiu dele.

V: Ele já fez isso antes e você deixou?

B: Foi só uma vez.

V: Você não é a mãe dele. — Voltei a gritar.

B: Disse que sei disso. — Ela não conteve mais as lágrimas. Quanto mais ela chorava, mais o Michael chorava também.

V: Não deveria ter deixado que ele te chamasse assim.

B: É só uma criança.

V: A Tainá deu a vida por ele!

B: Quando ele for mais velho, vai entender isso, mas agora...

V: Você é só uma babá! Ele não tem que te chamar de mãe. Não vai tomar o lugar da Tainá.

Naquele momento, todo o avanço que eu tinha feito, a abertura que havia criado para ter a Bárbara na minha vida, se desfez diante de uma única palavra. Mamãe... Ela poderia estar na minha cama e espantar os pesadelos do meu filho, mas não era quem o tinha trazido ao mundo. Depois que Tainá havia escolhido o nosso filho ao invés da própria vida, não poderia deixar que ele crescesse sem saber quem era a sua mãe.

Michael chorava e estendia as mãos para ela, mas eu o segurava firme para que não fosse para o colo da Bárbara.

M: Mamãe — choramingou.

V: Ela não é a sua mãe! — gritei, novamente, e ele chorou ainda mais alto.

Sv: O que está acontecendo aqui? — Vitória apareceu, atraída pela gritaria e todo o choro.

Quanto mais abria a boca, mais fazia com que Bárbara e Michael chorassem.

V: A Tainá deu a vida pelo Michael, Vitória. Ele não pode chamar outra mulher de mãe.

Sv: Vá para a faculdade, querida. — Vitória segurou nos ombros da Bárbara e a colocou para fora da sala de cinema.

M: Não vai! — Michael pedia entre o choro.

Ao deixar que a Bárbara entrasse na minha vida, eu não estava prevendo o que faria com o meu filho também. Ela poderia não ter falado para que o menino a chamasse assim, mas a minha relação com ela poderia ter confundido o Michael. Ele já havia nos visto trocar algumas carícias e dormir juntos.

Sv: Victor, você precisa se acalmar.

V: Eu... — Balancei a cabeça em negativa. Sentia o meu peito muito pesado, era difícil falar. Acreditava que havia errado com a Tainá.

Todo o peso que eu estava me livrando um pouco de cada vez, a cada dia, voltou de uma vez, em uma avalanche que me destruiu.

M: Eu quelo ela, quelo ela, papai a mamãe— Michael não parava de chorar.

V: Não deveria ter deixado isso acontecer — resmungava, criticando a mim mesmo pelo resultado daquela noite.

Sv: Você não é o único que tem uma lacuna a preencher.

V: A Tainá é a mãe do Michael, Vitória.

Sv: Eu e você sabemos disso, ele também.

V: Então por que ele chamou a Bárbara de mãe?

Sv: Assim como você precisa de uma esposa, ele precisa de uma mãe. Essa lacuna na vida dele não pode ser preenchida apenas com histórias e fotos.

V: Não posso fazer isso com a Tainá.

Sv: Não faça isso com o seu filho. — Vitória me encarou firme, mas eu estava fora de mim para conseguir pensar racionalmente.

V: Ela precisa ir...

Sv: Victor!

V: Michael já está mais velho, pode ir para uma creche com outras crianças.

Sv: Não faça isso!

V: Por favor, Vitória.

M: Mamãe! — Michael insistia em chamá-la daquela forma e todo o meu bom senso foi colocado de lado pelo luto e pela culpa que ainda havia em mim.

BÁRBARA

C: Por que você está chorando?

B: Não estou chorando. — Esfreguei os olhos para esconder as minhas lágrimas da Carol mas meus olhos vermelhos me entregaram.

C: Está, sim. É algo com os seus pais?

Balancei a cabeça em negativa.

C: Então o que foi?

B: Achei que acordaria do meu sonho quando tivesse que voltar para o Brasil, mas parece que acordei hoje.

C: Por quê?

B: O Michael me chamou de mãe, o Victor ouviu e perdeu a cabeça.

C: Que fofinho! Por que o seu namorado ficou louco desse jeito? Não é bom que o menino goste de você?

Aaaa Victor vtnc

Galera falta uns 6 ou 7 EPS pra ric acabar 😳

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𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼Onde histórias criam vida. Descubra agora