EP 13

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Maratona 03/10

— Vou passar seis meses fora por minhas próprias pernas.

— Adinan, viu o que você foi aprontar? — Dirigiu a ele um ar de fúria que fazia os seus olhos cintilarem.

— Meu amor, vai fazer bem a ela andar com as suas próprias pernas. Eu consegui muita coisa mudando da casa dos meus pais e me virando sozinho.

— Mas ela não está indo para outro estado. É outro país, muito longe de nós. Se ela precisar de alguma coisa...
— Ela se vira, Flávia.

— É só uma menina, Adina.

— Já sou uma adulta.

— Viu, ela é uma adulta. — Meu pai deu de ombros.

Minha mãe mordeu os lábios e segurou o choro, não parecia fácil consentir com a minha viagem, mas era muito importante para mim.
— Já pensou em como vai trabalhar lá? Com o quê? Vi uns documentários sobre moças que vão para a Europa...

— Mãe! — gritei antes que ela dissesse alguma abobrinha que pudesse deixar o meu pai com uma pulga atrás da orelha.

— Eu me preocupo com você, querida.

— Eu vou ficar bem. Estava olhando algumas casas onde poderia ficar, algumas procuram moças para trabalhar como babás. Se eu conseguir algo assim, vou trabalhar e morar no mesmo local. Vai ser bom.

— Espero que sim. — Ela respirou fundo.

— Eu amo você, mamãe! — Abracei os ombros dela e beijei-a na bochecha. — Vou ficar bem.

— Torço para que encontre uma boa família e que você não se meta em nenhuma confusão, mas eu vou ficar aqui com o coração apertado.

— Eu vou ficar bem — prometi antes de dar mais um beijo nela e ir para o meu quarto. Precisava fazer a minha inscrição no programa, comprar as passagens e encontrar uma casa para ficar.

𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼Onde histórias criam vida. Descubra agora