EP 62

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V: Sim, leite. — Fui para perto dele e peguei a colher da sua mão. — Chega de brincar com a comida.

M: Binca.

V: Não, Mick, chega de brincar, filho.

M: Qué a Bi.

V: Hoje é dia de folga da Bárbara. Vai ter que ficar com o seu pai.

M: Qué a Bi! — Fez bico.

V: Sem pirraça. Hoje somos só nós dois.

Ele me encarou com um ar de revolta, mas abriu a boca para receber a colherada com a salada de frutas que levei até ele.

Bárbara não voltou para a sala de jantar. Terminei de alimentar o meu filho e o levei para o quarto para limpá-lo e trocar as roupas. Depois o coloquei em um tapete felpudo no chão, cercado de alguns brinquedos, e me sentei para ler um livro enquanto o observava brincar.

.....

Acomodei o Michael no berço e ajeitei o cobertor sobre os seus ombros. Beijei a sua cabeça e me certifiquei de que estava dormindo antes de sair do quarto carregando a babá eletrônica.

Me senti como um adolescente enquanto me esgueirava pelos corredores até o quarto de uma garota. Não tinha mais idade para me comportar assim, mas a adrenalina me alimentou. O algo novo era o gás que eu precisava.

Lutei contra a culpa mais uma vez e a varri para debaixo de um tapete na minha mente. Meu maior inimigo nos últimos anos fora eu mesmo e estava começando a virar aquela batalha.

Bati na porta do quarto e a abri quando ouvi a voz dela do outro lado. Bárbara estava debruçada sobre os livros e se virou para mim no exato momento em que entrei. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e ela usava um pijama curto, que me saltou aos olhos.

V: Muito ocupada?

B: Não. Você quer ficar aqui?

V: Michael dormiu.

B: Isso é ótimo.

V: Você prometeu ler a história para mim.

B: Achei que tivesse concordado apenas para deixá-lo feliz.

V: Em partes. — Gargalhei, ao colocar as mãos dentro dos bolsos do meu moletom. — Definitivamente, não quero ouvir a história dos três porquinhos, mas pensei que poderíamos ver um filme juntos.

B: Eu adoraria.

V: Então vem. — Estendi a mão para ela, esperando que se levantasse e me acompanhasse.

B: Deixa eu só responder a última pergunta do trabalho.

Assenti e a observei digitar algo no notebook e fechar a tela poucos instantes depois.

B: Pronto. — Parou na minha frente e segurou a minha mão.

Envolvi a sua cintura e a pressionei contra a parede do corredor, roubando-lhe um beijo e o fôlego. Minha língua encontrou a sua e Bárbara cedeu a mim completamente. Ela abraçou os meus ombros e coloquei um joelho entre suas pernas, sentindo o calor da sua intimidade.

B: Achei que iriamos ver um filme

V: E vamos. — Afastei-me dela, mas mantive uma das mãos na sua cintura, para guiá-la até o primeiro andar da mansão.

B: Não é na sala de estar?

V: Tenho uma pequena sala de cinema.

B: É sério?! — Ficou boquiaberta.

V: Sim. — Empurrei a porta no fim de um longo corredor e deixei que ela visse a sala com largas poltronas e uma enorme tela de projeção. — Minha mãe era aficionada por cinema, então construí esse espaço, mas, fora ela, poucos de nós a usaram.

B: É uma pena, pois é linda. — Bárbara observava tudo nos mínimos detalhes. — Podemos trazer o Michael aqui amanhã para assistir os três porquinhos.

V: Daqui a pouco ele vai estar sonhando com porcos.

B: Pode ser Alice no País das Maravilhas ou outro desenho para crianças.

V: O que você quiser. — Ri da cara dela.

B: E o que nós dois vamos assistir?

V: Ação?

Franziu o cenho.

V: Okay! Deve ter algum romance água com açúcar. Eram os favoritos da minha mãe.

B: Obrigada.

Escolhi um dos muitos filmes antigos da minha mãe, empoeirados no armário velho, e o coloquei no projetor.

O filme começou e a puxei comigo para as poltronas. Bárbara, toda sorridente, acomodou-se ao meu lado. Ela olhava para tudo com um ar de encanto e magia, como se a vida fosse encantadora em todos os seus aspectos. Certamente, não havia se deparado com a pior face dela como eu. No entanto, por mais que aquela luz me incomodasse, era exatamente o que eu precisava.

Quebrar o gelo e aceitar isso, aos poucos, ia fazendo com que eu me sentisse melhor, mais leve e, por consequência, mais feliz.

Bárbara suspirou ao meu lado enquanto assistia a cena do casal de protagonistas enquanto eles ainda eram crianças.

Eu acho tão fofo o mick e a Babi ❤️

✨ Deixem a estrelinha ✨
🌌 Cometem 🌌
Amo vcs ❤️

𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼Onde histórias criam vida. Descubra agora