F: Babi?
B: Oi, mãe. — Abri um sorriso que, provavelmente, pareceu uma careta e me delatou.
F: Estava chorando de novo?
B: Não. Já disse, mãe. É só uma alergia.
F: O que aconteceu com você em Londres, filha?
B: Nada! Foi a melhor viagem da minha vida.
F: Bárbara? — Tombou a cabeça.
B: Estou falando sério! — Fechei um livro e levantei da cadeira. — Precisa de ajuda? Estou de férias e não vou mais estudar por hoje. Quando as aulas voltarem, eu pego firme, mas já mandei o meu currículo para uns programas de estágio.
F: Não foi uma boa ideia você trabalhar de babá.
B: Por que não, mamãe?
F: Você se apegou demais a esse menino. Vira e mexe, está aí, toda chorosa, olhando para uma foto dele. É só um menino, Babi.
F: É, mãe — concordei com ela para que parasse de falar.
VICTOR
Sv: Levou-o para trabalhar com você novamente?
V: Michael não está se adaptando bem a creche. Ele chora, faz pirraça e não para de chamar pela Bárbara. — Bufei ao soltar a mão do meu filho e deixar que ele avançasse para sala, indo para perto de Vitória. — Imagino que vá demorar um tempo para que ele a esqueça.
Sv: Não precisa fazer isso com o seu filho nem com você, Victor.
V: É o melhor para ele. — Cruzei os braços na minha típica postura irredutível.
Sv: Não, Victor, você sabe que o melhor para ele não é crescer sem mãe.
V: Ele vai crescer sem mãe, Vitória. A mãe dele morreu. A vida não é justa.
Sv: É você quem escolhe com quem a vida será injusta. Você e o Michael ainda estão vivos. Para você, ainda existem lembranças, memórias, mas o Michael não tem nada além de fotos e um nome. O menino precisa de mais do que isso, Victor
V: A Tainá deu a vida por ele. É muito injusto que escolha chamar outra mulher de mãe.
Sv: Uma presença não anula a outra. Não significa que a Bárbara apagará a existência da Tainá. Michael estava se abrindo para receber o carinho que ele precisa. Acho que você deveria fazer o mesmo.
V: Não é tão simples. — Balancei a cabeça em negativa.
Sv: Nunca disse que seria.
Fiquei encarando a senhora e ela me encarou de volta.
V: Vem, Michael, vamos tomar banho.
Meu filho olhou para mim e para a Vitória antes de segurar a minha mão e me acompanhar rumo a escada.
M: Papai?
V: Oi, meu filho.
M: A Bi vem?
Olhei para ele, mas não respondi. Um nó se formou na minha garganta e tornou a minha respiração difícil. Antes acreditava que o certo era dizer que a Bárbara jamais voltaria para aquela casa, porém já não sabia mais.
.....
Mexi de um lado para o outro da cama, até que girei o corpo e me sentei. Respirei fundo e massageei as têmporas. O quarto estava escuro, os móveis eram apenas silhuetas negras em meio a penumbra.
Michael reclamava da partida da Bárbara desde o primeiro dia. Eu acreditava que, com o tempo, ele se esqueceria dela, mas um mês já havia se passado. Meu filho era pequeno demais para se lembrar da mãe biológica, porém a babá havia o marcado.
Michael não era o único que sentia falta da Bárbara. Hora ou outra ainda me pegava lembrando do seu cheiro, do seu sorriso e de como era ter a sensação da sua pele na minha. Isso era insano.
Não queria ser injusto com a Tainá, depois de tudo o que ela havia passado. Entretanto, por consequência, acabava sendo injusto comigo mesmo, com o meu filho e com a própria Bárbara. A diferença era que nós três estávamos vivos.
Certamente errei com ela. Tinha os meus medos, as minhas dúvidas, mas ela não possuía qualquer culpa.
Estendi a mão, acendi a luz no interruptor que ficava perto da cama e me levantei. Caminhei até a cômoda e peguei uma foto que tinha com a Tainá. Nela, éramos jovens, tínhamos algo em torno dos vinte anos e ainda estudávamos em Harvard.
V: Tainá, amor, desculpa se não consegui fazer o suficiente para mantê-la aqui comigo e com o Michael. Espero que não esteja decepcionada comigo, mas peço perdão por ter falhado. Não quero de forma alguma manchar a sua imagem nem a importância que você tem na minha vida. Seus pais podem achar que eu sou o vilão por ter deixado que você escolhesse o Michael à quimioterapia, mas não entendem o quanto ele já era importante para você e que jamais abriria mão dele. É bem possível que agora eles me odeiem ainda mais, porém conheci uma pessoa que faz com que eu me sinta menos vazio. Michael precisa de atenção e colo, já eu, de alguém para compartilhar os bons e maus momentos. A Bárbara é só uma garota, mas acredito que, em outras circunstâncias, você teria gostado dela. É engraçado pensar que, mesmo com o meu jeito, atraí uma mulher cheia de luz para minha vida, assim como você. Espero que, de onde você estiver, possa entender que preciso seguir em frente e dar ao nosso filho a oportunidade de ter o carinho que ele precisa.
BÁRBARA
Marta: Fico contente que tenha decidido fazer aqueles bolinhos deliciosos novamente. — Marta, uma senhora que morava a dois quarteirões, entrou no açougue dos meus pais e caminhou até a mesinha que eu havia organizado com os meus cupcakes.
B: Muitas pessoas estavam pedindo.
Bom diaaa⭐
Galeraaa vou terminar a fanfic hj 😄
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Amo vcs ❤️

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𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼
Romance➪ 𝐎 𝐂𝐄𝐎 𝐕𝐈𝐔𝐕𝐎 𝐄 𝐀 𝐁𝐀𝐁𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐆𝐄𝐌 ✍︎ • 𝑏𝑎𝑏𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑛𝑓𝑖𝑐𝑡𝑖𝑜𝑛 +18 || 𝙑𝙞𝙘𝙩𝙤𝙧 𝙚́ 𝙪𝙢 𝙝𝙤𝙢𝙚𝙢 𝙫𝙞𝙪𝙫𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙖𝙘𝙖𝙗𝙖 𝙨𝙚 𝙚𝙣𝙫𝙤𝙡𝙫𝙚𝙣𝙙𝙤 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙙𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙙𝙚𝙫𝙚𝙧𝙞𝙖 𝙘𝙤𝙢 𝙖 𝙗𝙖𝙗𝙖́ 𝙙𝙚...