EP 69

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F: Babi?

B: Oi, mãe. — Abri um sorriso que, provavelmente, pareceu uma careta e me delatou.

F: Estava chorando de novo?

B: Não. Já disse, mãe. É só uma alergia.

F: O que aconteceu com você em Londres, filha?

B:  Nada! Foi a melhor viagem da minha vida.

F: Bárbara? — Tombou a cabeça.

B: Estou falando sério! — Fechei um livro e levantei da cadeira. — Precisa de ajuda? Estou de férias e não vou mais estudar por hoje. Quando as aulas voltarem, eu pego firme, mas já mandei o meu currículo para uns programas de estágio.

F: Não foi uma boa ideia você trabalhar de babá.

B: Por que não, mamãe?

F: Você se apegou demais a esse menino. Vira e mexe, está aí, toda chorosa, olhando para uma foto dele. É só um menino, Babi.

F: É, mãe — concordei com ela para que parasse de falar.

VICTOR

Sv: Levou-o para trabalhar com você novamente?

V: Michael não está se adaptando bem a creche. Ele chora, faz pirraça e não para de chamar pela Bárbara. — Bufei ao soltar a mão do meu filho e deixar que ele avançasse para sala, indo para perto de Vitória. — Imagino que vá demorar um tempo para que ele a esqueça.

Sv: Não precisa fazer isso com o seu filho nem com você, Victor.

V: É o melhor para ele. — Cruzei os braços na minha típica postura irredutível.

Sv: Não, Victor, você sabe que o melhor para ele não é crescer sem mãe.

V: Ele vai crescer sem mãe, Vitória. A mãe dele morreu. A vida não é justa.

Sv: É você quem escolhe com quem a vida será injusta. Você e o Michael ainda estão vivos. Para você, ainda existem lembranças, memórias, mas o Michael não tem nada além de fotos e um nome. O menino precisa de mais do que isso, Victor

V: A Tainá deu a vida por ele. É muito injusto que escolha chamar outra mulher de mãe.

Sv: Uma presença não anula a outra. Não significa que a Bárbara apagará a existência da Tainá. Michael estava se abrindo para receber o carinho que ele precisa. Acho que você deveria fazer o mesmo.

V: Não é tão simples. — Balancei a cabeça em negativa.

Sv: Nunca disse que seria.

Fiquei encarando a senhora e ela me encarou de volta.

V: Vem, Michael, vamos tomar banho.

Meu filho olhou para mim e para a Vitória antes de segurar a minha mão e me acompanhar rumo a escada.

M: Papai?

V: Oi, meu filho.

M: A Bi vem?

Olhei para ele, mas não respondi. Um nó se formou na minha garganta e tornou a minha respiração difícil. Antes acreditava que o certo era dizer que a Bárbara jamais voltaria para aquela casa, porém já não sabia mais.

.....

Mexi de um lado para o outro da cama, até que girei o corpo e me sentei. Respirei fundo e massageei as têmporas. O quarto estava escuro, os móveis eram apenas silhuetas negras em meio a penumbra.

Michael reclamava da partida da Bárbara desde o primeiro dia. Eu acreditava que, com o tempo, ele se esqueceria dela, mas um mês já havia se passado. Meu filho era pequeno demais para se lembrar da mãe biológica, porém a babá havia o marcado.

Michael não era o único que sentia falta da Bárbara. Hora ou outra ainda me pegava lembrando do seu cheiro, do seu sorriso e de como era ter a sensação da sua pele na minha. Isso era insano.

Não queria ser injusto com a Tainá, depois de tudo o que ela havia passado. Entretanto, por consequência, acabava sendo injusto comigo mesmo, com o meu filho e com a própria Bárbara. A diferença era que nós três estávamos vivos.

Certamente errei com ela. Tinha os meus medos, as minhas dúvidas, mas ela não possuía qualquer culpa.

Estendi a mão, acendi a luz no interruptor que ficava perto da cama e me levantei. Caminhei até a cômoda e peguei uma foto que tinha com a Tainá. Nela, éramos jovens, tínhamos algo em torno dos vinte anos e ainda estudávamos em Harvard.

V: Tainá, amor, desculpa se não consegui fazer o suficiente para mantê-la aqui comigo e com o Michael. Espero que não esteja decepcionada comigo, mas peço perdão por ter falhado. Não quero de forma alguma manchar a sua imagem nem a importância que você tem na minha vida. Seus pais podem achar que eu sou o vilão por ter deixado que você escolhesse o Michael à quimioterapia, mas não entendem o quanto ele já era importante para você e que jamais abriria mão dele. É bem possível que agora eles me odeiem ainda mais, porém conheci uma pessoa que faz com que eu me sinta menos vazio. Michael precisa de atenção e colo, já eu, de alguém para compartilhar os bons e maus momentos. A Bárbara é só uma garota, mas acredito que, em outras circunstâncias, você teria gostado dela. É engraçado pensar que, mesmo com o meu jeito, atraí uma mulher cheia de luz para minha vida, assim como você. Espero que, de onde você estiver, possa entender que preciso seguir em frente e dar ao nosso filho a oportunidade de ter o carinho que ele precisa.

BÁRBARA

Marta: Fico contente que tenha decidido fazer aqueles bolinhos deliciosos novamente. — Marta, uma senhora que morava a dois quarteirões, entrou no açougue dos meus pais e caminhou até a mesinha que eu havia organizado com os meus cupcakes.

B: Muitas pessoas estavam pedindo.

Bom diaaa⭐

Galeraaa vou terminar a fanfic hj 😄

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Amo vcs ❤️

𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼Onde histórias criam vida. Descubra agora