M: Lobo mau.
B: O que tem o lobo mau?
M: Poquinho.
B: O lobo mau da história dos porquinhos?
M: Qué poquinho.
B: Então você quer ouvir a história do lobo mau e os três porquinhos?
M: Qué. — Balançou a cabeça. Ele estava agitado. Era um garotinho muito esperto para ir atrás de mim no escuro através daquela casa enorme.
V: Agora não é hora de historinha, é hora de dormir.
M: Qué Bi!
V: Não vai dormir com a Bárbara, filho. — Victor o recriminou. — Por que não vem dormir comigo? — Estendeu as mãos para o filho, esperando que ele voltasse para o seu colo.
M: Com Bi. — Abraçou-me ainda mais apertado.
B: Deixa ele dormir comigo, Victor. Só por essa noite. Ele está agitado. Quem sabe não consigo acalmá-lo?
V: Não está no seu horário de trabalho. — Fechou a cara.
B: Pouco me importa, só quero que ele fique bem.
V: Okay! — Não pareceu tão satisfeito, mas acabou consentido.
M: Papai, vem?
B: Acho que não cabem vocês dois na minha cama, Mick. — Ele voltou a esconder o rostinho no meu ombro.
V: Tem que tomar cuidado com as histórias que conta para o meu filho. Ele deve ter tido um pesadelo com esse lobo mau.
B: É só uma história, e ele adora essa. Poderia ter sonhado com outra coisa qualquer.
Victor olhou-me de esgueira, mas ignorei a sua cara fechada.
B: Vamos dormir, Mick.
M: E papai?
B: Seu pai já é crescido, pode lidar com o lobo mau sozinho.
Victor balançou a cabeça em negativa, mas acabou sorrindo, o que desfez sua expressão séria.
V: Vamos dormir na minha cama.
Fiquei surpresa com o convite dele e não soube como responder de imediato. Era evidente que o Victor evitava estar comigo no quarto dele. Imaginei que houvesse muitas lembranças lá com a ex-esposa que ele tentava evitar. Era um espaço que eu nunca iria invadir se ele não estivesse confortável com isso.
B: Tem certeza?
V: Tenho. — Ele acariciou o filho, que me abraçou com mais força.
B: Okay!
Nós saímos do quarto do Michael e seguimos para o do Victor. Fui a primeira a deitar na cama e Michael permaneceu agarradinho a mim como um filhote de macaco. Confesso que gostava de tê-lo tão perto. Independente da relação ainda confusa e sem rótulos que eu tinha com o pai dele, amava aquele garotinho. Adorava cada momento ao lado dele e me fazia feliz saber que era importante na sua vida.
Acariciei sua cabecinha e beijei-o na testa. Michael fechou os olhos e relaxou. Imagino que tenha levado poucos segundos para que ele pegasse no sono.
Victor se deitou atrás de mim e voltou a me envolver em uma conchinha. Michael podia estar com medo, mas naquela noite fui eu que me senti protegida.
V: Dormiu? — Victor perguntou com a boca na minha orelha. Meu corpo se arrepiou inteiro e me encolhi por reflexo.
B: Sim. — A respiração do Michael era profunda e ele parecia em um sono pesado.
Senti a mãos do Victor percorrerem a minha cintura sob o cobertor que envolvia nós três.
V: Você tem que parar de contar histórias que podem assustá-lo.
B: Foi só uma historinha boba que ele já ouviu várias vezes. E nem temos certeza se teve um pesadelo mesmo, você quem está deduzindo isso.
V: Quantos filhos já teve?
B: Estou aprendendo com o seu, mas estudei bastante antes de vir cuidar dele.
V: Você é corajosa.
B: Não tanto quanto você imagina.
V: Acho que já me provou isso. — Ele puxou a minha cintura para trás e me encodou, voltando a posição que estávamos antes que o filho dele nos acordasse.
B: Isso é bom! — Victor provavelmente deve ter imaginado que eu estava me referindo ao seu comentário, mas estava desfrutando da sensação de dormir com pai e filho. Aquele era um momento que eu guardaria para sempre comigo.
VICTOR
Acordei com os raios do sol invadindo o quarto como de costume, mas o meu braço estava dormente e, quando abri os olhos, vi a Bárbara deitada em cima dele com o meu filho ainda agarrado a ela.
Estávamos os três na minha cama. A cama que Vitória havia comprado depois da morte da Tainá, esperando substituir a antiga e levar com ela parte das lembranças.
Eu não tinha transado com a Bárbara naquela cama, havíamos apenas dormido, mas o peso que sentia era o mesmo.
Eu podia ter a Bárbara sem manchar a imagem da Tainá? Estava começando a acreditar que sim.
Bárbara se moveu na cama, abriu os olhos, virou a cabeça e me encontrou encarando-a.
B: Você não dormiu?
V: Dormi, sim. Acabei de acordar.
B: Hoje ainda é domingo?
V: Sim. — Por impulso dei um selinho nela e Bárbara sorriu.
B: Então ficarei aqui um pouco mais. — Voltou a envolver o Michael e fechou os olhos novamente.
Também me permiti dormir mais um pouco. Fui envolvido por uma bolha onde reinou uma estranha felicidade, um sentimento que achei não possuir mais.
.....
M: Papai! — Michael puxou meu braço que envolvia a ele e a Bárbara, acordando-me novamente.
V: O que foi, filho?
M: Lobo foi embó.
V: Foi?
M: Foi.
B: Que bom, Mick. — Bárbara deu um beijo na testa dele e o garoto se recostou nela, todo manhoso.
Ele se moveu na cama e subiu sobre nós dois, abraçando o meu pescoço e o da Bárbara
M: Feliz! — Riu e continuou nos abraçando.
Bárbara não disse nada, apenas retribuiu o abraço dele, afagando as suas costas.
M: Fome. — Michael saiu de cima de nós e rolou até descer da cama.
B: Acho que vamos precisar de proteções nas escadas. — Bárbara saiu da cama e o segurou antes que meu filho se aproximasse da maçaneta.
V: Vou pedir para instalar portinhas. Ele cresceu tão rápido.
B: Sim. — Bárbara o pegou no colo e Michael voltou a abraçá-la.
V: Acho que essa é a parte mais divertida.
M: Fome, papai!
B: Vamos descer com a Babi, que eu vou fazer a sua mamadeira.
Michael acenou para mim enquanto ia com a Bárbara para o corredor. Saltei da cama e vesti algo além da minha cueca antes de ir atrás deles rumo a sala de jantar.
Estava feliz e queria que tudo continuasse daquele jeito, mas o destino gostava de me dar rasteiras.
Boa noiteee
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Amo vcs❤️
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𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼
Romance➪ 𝐎 𝐂𝐄𝐎 𝐕𝐈𝐔𝐕𝐎 𝐄 𝐀 𝐁𝐀𝐁𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐆𝐄𝐌 ✍︎ • 𝑏𝑎𝑏𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑛𝑓𝑖𝑐𝑡𝑖𝑜𝑛 +18 || 𝙑𝙞𝙘𝙩𝙤𝙧 𝙚́ 𝙪𝙢 𝙝𝙤𝙢𝙚𝙢 𝙫𝙞𝙪𝙫𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙖𝙘𝙖𝙗𝙖 𝙨𝙚 𝙚𝙣𝙫𝙤𝙡𝙫𝙚𝙣𝙙𝙤 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙙𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙙𝙚𝙫𝙚𝙧𝙞𝙖 𝙘𝙤𝙢 𝙖 𝙗𝙖𝙗𝙖́ 𝙙𝙚...