EP 41

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Bárbara: Fala para o papai que logo ele volta para casa e vocês poderão ficar juntos.

Ela mandou outra foto com o Michel segurando o brinquedo e fazendo careta de um jeito engraçado.

Respirei fundo e resumi a minha resposta em um até mais. A senhora Vitória tinha razão, eu também precisava trabalhar.

BÁRBARA

Ajeitei a roupa limpa que havia colocado no Michael e fiquei olhando para ele. Estava sentada com o menino no meu colo no sofá de dois lugares que ficava no seu quarto, pensando que precisava me arrumar para ir para a faculdade, porém, tinha que esperar que o pai dele voltasse; não poderia deixar o bebê sozinho.

Odiava pensar que chegaria atrasada, porém não poderia falhar como babá no primeiro dia em que eu havia convencido o pai do Michael a ir trabalhar e me deixar com o garoto.

— Michael?

Sorri quando o senhor Augusto apareceu na porta do quarto. O terno ainda estava impecável, mas o cabelo parecia um tanto desalinhado e o homem ofegava. Imaginei que houvesse subido a escada correndo.

— Oi — respondi, involuntariamente, mas só depois percebi que ele não havia dirigido a palavra a mim.

— Ei, filho. — Victor entrou no quarto e pegou o menino de mim, envolvendo-o em seus braços protetores.

— Acho que ele também sentiu a sua falta.

— Ele está bem?

— Está, sim.

— Comeu direito, todas as refeições?

— Comeu. — Fiquei de pé e cruzei os braços atrás do corpo.

— Ele chorou?

— Não. Passou o dia bem.

— Que bom! — Abriu um sorriso amarelo e, mesmo sem perceber, deixou evidente o quanto era difícil para ele se afastar do menino.
— Se eu puder ir agora...

— Para onde vai? — Franziu o cenho

— Vou me arrumar e ir para a faculdade. A aula começa em menos de uma hora e não quero me atrasar.

— Onde é a sua aula? — O filho deitou a cabeça no seu ombro e Victor se virou para mim.

— Na Faculdade de Londres.

— Como vai até lá?

— De metrô.

— Acho que não vai dar tempo. — Olhou em seu sofisticado relógio de pulso.

— Que animador — balbuciei, não querendo parecer frustrada, porém estava. — Então preciso correr contra o tempo.

Fiquei na ponta dos pés e dei um beijo carinhoso na bochecha do Michael antes de ir correndo para o meu quarto. Fechei a porta sem me preocupar em trancá-la peguei minhas coisas e corri para o banheiro. Tomei o banho mais rápido que consegui e saí do cômodo, parcialmente vestida e parcialmente molhada, terminando de me ajeitar no corredor a caminho do meu quarto.

Peguei um casaco, presumindo que eu poderia sentir frio, e uma mochila com um caderno que havia trazido do Brasil, para anotar alguma coisa caso fosse necessário.

— Já está pronta?

Tomei um susto ao me virar de lado e ver Victor falando comigo.

— Estou. Só preciso de um fôlego antes de sair e caminhar até a estação de metrô.

— Acho que vai ter que trocar de linha em umas três estações. Será mais rápido se eu levá-la.

— O senhor vai me levar!? — Arregalei os olhos, completamente chocada com a oferta.

— Vou. — Ele não era de se delongar, sempre muito direto nas respostas.

Minha mãe costumava me dizer que cavalo dado não se olhava os dentes, mas era difícil não reparar quando esse cavalo era um unicórnio.
B: E o Michael?

V: Vai conosco.

B: Ah!

V: Vamos logo? Você está perdendo tempo.

B:Sim, me desculpa.

Assenti e segui o homem, que segurava o filho, até a garagem da Sky House. Ele tinha o perfil daqueles ricos que dirigiam luxuosos carros esportivos, mas, ao invés disso, ele me levou até um utilitário com uma cadeirinha de bebê no banco de trás.

Achei fofo e suspirei, ainda que devesse ter esperado algo assim, considerando a forma como ele se comportava com o filho.

Victor abriu a porta do banco de trás e acomodou o filho na cadeirinha, antes de me indicar o banco do carona.

B:Muito obrigada. — Prendi o cinto antes de observá-lo assumir o volante ao meu lado.

Não poderia imaginar que o meu patrão pudesse ser gentil ao ponto de levar uma simples babá para a faculdade.

Ele não falou nada durante o percurso inteiro. Seguia o caminho pelo GPS e eu permaneci calada. Não queria parecer inconveniente. Victor já estava me fazendo um favor enorme ao se dispor a me levar na faculdade.

Durante o caminho fiquei observando a cidade. Assim como a minha chegada, não vi os grandes monumentos, porém cada casa, cada prédio que eu via, era como estar explorando um lugar completamente novo.

V: Chegamos! — Victor parou o carro diante de um prédio enorme.

B: Uau! — Deixei a exclamação escapar. — Você estudou aqui?

V: Não. Eu estudei em Harvard, nos Estados Unidos.

B: Que legal!

V: Vai se atrasar. — Ele se debruçou sobre mim por uma fração de segundo e abriu a porta do carro.

Voteii desculpa galera eu troquei de Cell

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