EP 58

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VICTOR

Sv: Como está a empresa? — perguntou Vitória, quando entrei na sala naquele dia após o trabalho.

V: Bem, crescendo, dando lucro.

Sv: Isso é bom!

V: Preciso pegar o Michael.

Sv: A senhorita Passos já foi para a faculdade. A senhora Taylor está com o menino e pode tomar conta dele por mais alguns minutos.

V: Por que estou com a sensação de que a senhora vai me dar uma bronca?

Sv: Quero saber como você está.

V:Eu? — Franzi o cenho

Sv: É, você. Parecia determinado em ter algo com a senhorita Passos, por que tenho a sensação de que mudou de ideia?

V: Há uma parte de mim que quer muito, mas uma outra sempre pensa na Tainá e acha ser muito errado. Imagine só o que os pais dela pensariam se soubessem que estou me envolvendo com a babá do Michael, quinze anos mais nova do que eu?

Sv: Não deve se preocupar com eles, Victor. Se afastaram e foi por um bom motivo.

V: Às vezes, eu acho que eles vão se arrepender e parar de culpar o Michael pelo o que aconteceu com ela. Tudo bem se culparem a mim, eu concordei em esperar que ele nascesse, não imaginava que era tão arriscado, mas concordei.

Sv: Por tudo que é mais sagrado, como podem culpar um bebê pela decisão da mãe?

V: Jamais irei afastá-los se quiserem conviver com o Michael, mas é egoísmo preferir que fiquem longe?

Sv: Ninguém pode julgá-lo por querer um pouco de paz, Victor. Muito menos por tentar ser feliz outra vez.

V: Acho que é tão difícil em alguns momentos.

v: Se a vida fosse fácil o tempo todo, ela poderia não ter o mesmo valor.

Apenas balancei a cabeça em afirmativa e olhei para o chão claro sob os meus pés.

V : Sei que é egoísmo da minha parte, mas, a todo momento, penso que queria ter a Tainá aqui só para não ser obrigado a recomeçar.

Sv: A morte é muito mais difícil para os vivos.

V: Percebo isso todos os dias, e tenho medo de me arrepender de algumas escolhas e decisões que podem mudar a forma como me acostumei a viver.

Sv: O medo da mudança pode ser tão grande que é capaz de impedir você de levar uma vida melhor. Precisa aceitar duas coisas bem simples, Victor

V: Quais?

Sv: Você não teve culpa, e sofrer para sempre ou ser feliz não muda em nada o que aconteceu.

Abri a boca algumas vezes, mas não consegui dizer nada.

V: Eu vou ficar com o meu filho. — Levantei do sofá encerrando o assunto.

Sv: É o melhor que pode fazer, por enquanto. — Ela abriu um sorriso amarelo.

BÁRBARA

B; Mick, não corre. — Saí no jardim atrás do menino, que corria cambaleante por entre os canteiros de tulipas brancas.

M: A bola, Bi!

B; A bola vai parar de fugir se você não ficar chutando-a.

M: Bola! — Ele tropeçou nos próprios pezinhos e quase caiu de cara no chão.

B; Toma cuidado, Michael, não pode ficar correndo desse jeito. — Peguei ele no colo e fechei a cara em um ar de recriminação, mas o garotinho agiu como se não tivesse qualquer culpa. Muito esperto da parte dele.

𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼Onde histórias criam vida. Descubra agora