BÁRBARA
B: Ainda bem que ele é pequeno demais para entender. — Balbuciei, para mim mesma, enquanto mastigava o fundo da caneta, no meio da aula.
C: Quem? — Carol perguntou
B: Nada. Só estava pensando alto sobre o bebê que estou cuidando.
C: O que aconteceu que ele não consegue entender? Não se engane. Crianças são mais espertas do que nós imaginamos.
B: Presumo que ele não consiga entender isso, porque nem eu estou.
C: Posso ajudá-la? — Afunilou ainda mais os olhos já estreitos.
B: Algo que eu deveria ter deixado para lá, mas não consigo.
C: Pode começar me contando.
B: Há uns dois dias eu e o pai dele nos beijamos, e o clima está estranho desde então.
C: Espera! Seu anfitrião?
B: É.
C: Você o beijou?
B: Tecnicamente, ele me beijou, mas não faz muita diferença, porque eu queria muito.
C: Isso não é, tipo, errado?
B: Foi consensual e não sei se tem algum tipo de regra contra esse envolvimento, mas pela cara que o Victor fez, pareceu superestranho, mas eu gostei tanto...
C: Acho melhor não se meter em confusão.
B: É...
Certamente a minha mãe não iria aprovar o meu envolvimento com um viúvo vários anos mais velho do que eu, mas a cada dia que eu passava com o Victor, mais eu me sentia atraída por ele.
O professor fez algumas perguntas sobre a matéria e eu levantei a mão para responder. Fiz todo o esforço para me manter concentrada na aula, afinal estudar em uma universidade inglesa fora o meu principal motivo para ter ido para a Inglaterra.Até podia ouvir a voz da minha mãe na minha cabeça: você não atravessou o oceano para ficar de namorinho com um viúvo.
C: Bárbara! — Carol me deu um cutucão.
B: Oi?
C: O professor estava falando com você.
B: Desculpa, senhor Fisher.
Abri um sorriso amarelo para o professor de Direito Internacional quando percebi que ele me observava por debaixo do par de óculos redondos. Respondi tudo certo e sentei novamente.
VICTOR
Acordei na manhã de sábado com o sol adentrando a minha janela. Geralmente era o Michael quem me acordava chorando pela manhã, mas isso não aconteceu. Tateei o móvel de cabeceira e peguei a babá eletrônica.
O susto de não ver o Michael no berço fez com que eu saltasse da cama e saísse correndo do quarto, vestindo uma roupa pelo caminho, pois mesmo com o aquecedor em todos os cômodos da casa, a Sky House costumava ser fria no inverno. Entrei no quarto do meu filho e vi que ele estava vazio.
Meu coração disparou e eu revivi um dos meus maiores pesadelos de quando a Tainá morreu, onde nosso filho também ia e eu ficava sozinho. Não seria capaz de sobreviver a isso.
Logo uma gargalhada chamou a minha atenção e estourou a minha bolha de sofrimento. Segui o som das vozes e entrei na biblioteca.
B: E o lobo soprou com toda a força para que a casa de palha do porquinho caísse. — Bárbara encheu as bochechas de ar e meu filho as apertou, causando um estalo e um sopro que fez o garotinho gargalhar.
M: Caiu! — Michael jogou as mãos para cima e ele e a Barbara riram juntos.
V: Posso saber o que caiu? — Parei na porta da biblioteca com as mãos na cintura e uma expressão séria.
M: Casa poquinho. — Michael tombou a cabeça para o lado e me devolveu o olhar firme.B: O lobo mau derrubou a casa do porquinho — completou a senhorita Passos.
M: Bi, deubo poquinho.
B: A Babi não! Foi o lobo mau.
M: Mau Bi!
B: Não sou má.
M: Tadinho poquinhos.
B: Tadinho dos porquinhos, perderam suas casas. É horrível ficar sem casa no frio.
V: O que está fazendo com ele, senhorita Passos?
B: Acordei pela manhã e fui ver como ele estava. O Michael me pediu para contar para ele a história dos três porquinhos. Ele adora.
V: Hum. — Cruzei os braços.
M: Poquinhos, papai! — Meu filho pegou o livro das mãos da babá e mostrou para mim. — Tadinhos poquinhos.
V: Ficam sem casa?
Michael fez que sim.
V: Não deveria cuidar dele hoje, senhorita Passos, é sábado.
B: Gosto de ficar com ele. Além disso, tenho poucos textos da faculdade para ler, posso fazer mais tarde.
V: Eu posso cuidar dele agora.
B: Pode terminar de acordar.
Ela não disse nada, mas a minha roupa amassada e o cabelo desgrenhado eram sinais mais do que suficientes para que ela soubesse que mal havia me levantado e corrido para lá.
V: Já volto. — Relaxei a minha postura, colocando as mãos dentro dos bolsos.
M: Poquinhos! — Michael balançou o livro na frente dela e a senhorita Passos voltou a contar a história.
BÁRBARAB: Descansa, anjinho. — Deitei o Michael no berço após o almoço e beijei sua testa.
Dei um passo para trás para me afastar do berço e tomei um susto quando me deparei com uma superfície rígida. Virei a cabeça e percebi que o Victor estava logo atrás de mim. Ele provavelmente deveria ter entrado no quarto enquanto eu deitava o Michael no berço e simplesmente nem percebi.
Por reflexo, ele segurou o meu antebraço e senti uma onda de choque varrer todo o meu corpo, partindo da região onde ele me tocava. Toda vez que aquele homem estava próximo demais a mim, sentia como se fosse capaz de me abalar inteira. Quanto mais eu dizia a mim mesma que ele era inalcançável, maior era a minha vontade de me jogar nos seus braços.
B: Senhor Augusto. — Engoli em seco e, o tratando com formalidade, tentei escapar daquela onda que me entorpecia.
V: Victor.
Arquei uma sobrancelha, confusa, diante da atitude dele que jogava por terra toda a formalidade em que me escorava.
V: Vocês no Brasil usam sempre o primeiro nome, não é?
Assenti, ainda tonta pela proximidade dele, por mais que daquela vez, o homem não estivesse sem camisa e acabado de acordar.
B: Sim.
V: Pode me chamar de Victor, Bárbara.
B: Obrigada... — Eu estava sem fôlego e mal conseguia falar direito.
V: Sinto que preciso pedir desculpas.
B: Não tem nada para se desculpar. Sei que aqui vocês se tratam pelo sobrenome. Se alguém precisa se desculpar, sou eu. Não foi a minha intenção invadir o seu espaço.
V: Infelizmente, estou me referindo a outra coisa.
B: A quê?
Último de hj , vou deixar vcs curiosos até amanhã 🤫😄
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Amo vcs ❤️Querem hot?
Se preparem pq os próximos estão pegando fogo 🔥

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𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼
Romance➪ 𝐎 𝐂𝐄𝐎 𝐕𝐈𝐔𝐕𝐎 𝐄 𝐀 𝐁𝐀𝐁𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐆𝐄𝐌 ✍︎ • 𝑏𝑎𝑏𝑖𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑓𝑎𝑛𝑓𝑖𝑐𝑡𝑖𝑜𝑛 +18 || 𝙑𝙞𝙘𝙩𝙤𝙧 𝙚́ 𝙪𝙢 𝙝𝙤𝙢𝙚𝙢 𝙫𝙞𝙪𝙫𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙖𝙘𝙖𝙗𝙖 𝙨𝙚 𝙚𝙣𝙫𝙤𝙡𝙫𝙚𝙣𝙙𝙤 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙙𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙙𝙚𝙫𝙚𝙧𝙞𝙖 𝙘𝙤𝙢 𝙖 𝙗𝙖𝙗𝙖́ 𝙙𝙚...