EP 7

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- Vitória? - Joguei a chave do meu carro no bolso e entrei na mansão chamando pela governanta, que cuidava de tudo desde os tempos que eu era um moleque.

- Já chegou, senhor Augusto?

Caminhei para a sala e a vi sentada com o Michael sobre um tapete de borracha, ele brincando com uma bola, enquanto ela bordava o que parecia ser um dos muitos suéteres que fizera para o menino desde que ele nascera.

- Ainda estamos no verão, Vitória.

- O senhor sabe como o inverno chega rápido e os bebês sentem muito mais frio do que nós.

- Eles também crescem muito rápido. O que serve hoje provavelmente não entrará nele daqui há seis meses.

- Acha que eu não sei disso? Já criei dois filhos, senhor. Sei como eles crescem num piscar de olhos. Estou fazendo já presumindo o tamanho que ele terá no próximo inverno.

- Obrigado. - Engoli em seco, percebendo que estava sendo ranzinza e grosseiro com quem não merecia. Sem a ajuda da Vitória, eu jamais conseguiria cuidar do meu filho da forma que ele precisava.

Michael largou a bola e começou a engatinhar no chão frio na minha direção. Fui até ele e o peguei no colo.

- O menino sente a sua falta, senhor.

- Também sinto a dele. Pode ir descansar, Vitória, deixa que eu cuido do meu filho agora.

- Tome um banho primeiro e coma alguma coisa. Posso esperar um pouco mais para ir para o meu quarto.

- Você parece cansada.

- Não, o senhor é quem parece cansado. - Ela estendeu os braços para que eu entregasse o Michael para ela.

Deixei o Michael com ela e subi para o meu quarto. Tirei o blazer no meio do caminho e o deixei no divã, aos pés da minha cama, antes de despir o restante das roupas e entrar no banheiro.

Meu filho era a minha motivação para acordar pela manhã e seguir em frente com minha vida. Tudo o que eu fazia era por ele.

𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼Onde histórias criam vida. Descubra agora