EP 32

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— Eu posso...

— Senhor Augusto, por favor. Mais alguns minutos ao lado do Michael não serão nenhum martírio. — Tombei a cabeça para encarar o bebê e ele olhou para mim. — Fala para o seu pai que estamos nos divertindo.

— Bu! — Ele bateu com força em cima do botão do azul.

— Acho que isso é um sim.

— Já volto. — Assenti, percebendo que, aos poucos, com o seu jeito, ela estava me fazendo ceder.

BÁRBARA

Dobrei a minhas roupas sujas em um cantinho no fundo do guarda-roupa, pensando em um jeito para lavá-las depois e fechei a porta de madeira. Tirei meu celular da bolsa de mão e verifiquei que ainda tinha bateria, mas não possuía sinal. Obviamente, meu chip brasileiro não funcionava ali.

Digitei a senha da internet que a senhora Vitória havia conseguido para mim e meu celular vibrou histericamente com a enxurrada de mensagens, que imaginei que não iria parar nunca. Dois dias sem sinal e havia mensagens para mais de mês. Ignorei todas dos meus amigos da faculdade e parentes, até encontrar o da minha mãe. Usei o aplicativo de conversas para ligar para ela e não demorou muito para que atendesse.

— Bárbara! — Minha mãe apareceu na chamada ao lado do meu pai— Finalmente você ligou.

— Sua mãe já estava atrás do telefone da polícia internacional.

— Não seja exagerado, Adnam.

— Eu estou bem. Cheguei pela manhã e tudo correu muito bem.

— Por que não ligou antes? — recriminou a minha mãe.

— Só consegui internet agora. Disse para vocês que poderia demorar porque meu número de celular não funciona aqui.

— Já está na casa onde vai ficar? — meu pai mudou de assunto.

— Sim! É uma mansão que tem até nome.

— Mansão?

— Sim, mansão! A Sky House.

— Não sabia que se hospedaria com uma família rica.

— Nem eu.

— Cuidado para não se meter em confusão, minha filha.

— Mãe, sou apenas uma babá, não vou me meter em confusão.

— Assim espero.

— Não faça tempestade em copo d’água, mulher — interveio o meu pai. — Estamos felizes que você está bem, Babi. Já começou as suas aulas?

— Não. Elas começam amanhã. Vou estudar no período da noite. Vou de metrô. Tem uma estação não muito longe daqui.

— Por que a noite?

— Ela tem que cuidar do menino para o homem trabalhar, Flávia.

— Estudar a noite não é perigoso?

— Já fiz várias matérias na faculdade a noite, mãe, não se preocupa.

— Fez aqui. Agora você está do outro lado do mundo. Não pode...

— Ela vai tomar cuidado. Não vai, Babi?

— Vou sim, pai.

— Viu, mulher? Não precisa fazer drama.

— Eu vou desligar agora para descansar. A viagem foi muito exaustiva e amanhã eu preciso acordar cedo para cuidar do menino e deixar o senhor Augusto ir trabalhar.

— Boa noite, filha, se cuida!

— Obrigada, mãe. Beijos, pai!

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𝙊 𝘾𝙀𝙊 𝙑𝙄𝙐𝙑𝙊 𝙀 𝘼 𝘽𝘼𝘽𝘼Onde histórias criam vida. Descubra agora